Sexta-feira, 10 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de abril de 2020
Um estudo na Austrália observou que um remédio antiparasita, usado geralmente para tratar verminoses, foi capaz de inibir o crescimento do novo coronavírus Sars-CoV-2 em cultura de células, controlando o microorganismo em 48 horas.
O estudo foi liderado pela Monash University e feito em parceria com o Doherty Institute of Infection and Immunity, e foi publicado na revista Antiviral Research, da Elsevier, no último dia 3.
Os cientistas observaram que uma dose única da droga Ivermectin foi capaz de combater o SARS-CoV-2. Atualmente, a Ivermectin está disponível no mercado em todo o mundo.
“Nós descobrimos que mesmo uma dose única pode essencialmente remover todo o RNA viral em 48 horas e que mesmo em 24 horas há uma redução significativa”, disse a doutora Kylie Wagstaff, que liderou o estudo.
Os cientistas alertam que, apesar do potencial de efetividade do medicamento observado em laboratório, ele ainda não pode ser usado com segurança em seres humanos infectados com o novo coronavírus, tampouco em casos de automedicação. O estudo precisa ser continuado com testes clínicos e testes em humanos para concluir a efetividade da droga em doses seguras para humanos.
Em outros estudos, o Ivermectin já se mostrou eficiente contra outros vírus, como HIV, Dengue, Influenza e Zika vírus.
Outros estudos
Na Universidade Tsinghua, de Pequim, um grupo de cientistas chineses isolou vários anticorpos que diz serem “extremamente eficientes” para impedir a capacidade do novo coronavírus de entrar nas células, o que pode ser útil tanto para tratar como para prevenir a Covid-19.
Já um novo estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, traz um projeto de vacina contra o novo coronavírus que já foi avaliado pela comunidade científica.
A pesquisa mostra avanços promissores na criação de uma vacina contra o vírus ao atacar as células ACE-2, às quais o novo coronavírus se liga ao corpo humano para se reproduzir e atacar o organismo, causando sintomas como febre, dores no corpo e dificuldade de respirar.
Projeto de vacina
Um novo estudo publicado por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, traz um projeto de vacina contra o novo coronavírus que já foi avaliado pela comunidade científica. A pesquisa mostra avanços promissores na criação de uma vacina contra o vírus ao atacar as células ACE-2, às quais o novo coronavírus se liga ao corpo humano para se reproduzir e atacar o organismo, causando sintomas como febre, dores no corpo e dificuldade de respirar.
Os pesquisadores atribuem a velocidade de identificação de um método para conter o novo coronavírus à pesquisa prévia sobre outros tipos de coronavírus que já infectaram humanos anos atrás.
“Tínhamos experiência anterior em Sars-CoV em 2003 e Mers-CoV em 2014. Esses dois vírus, que estão intimamente relacionados ao Sars-CoV-2 [o novo coronavírus causador da doença covid-19], nos ensinam que uma proteína específica, chamada de proteína-espinho [em inglês, spike], é importante para induzir imunidade contra o vírus. Sabíamos exatamente onde combater esse novo vírus”, afirmou Andrea Gambotto, professora associada de cirurgia na Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh. “Por isso que é importante financiar a pesquisa de vacinas. Você nunca sabe de onde virá a próxima pandemia”.
O projeto de vacina é chamado de PittCoVacc, uma abreviação do nome Pittsburgh Coronavirus Vaccine, usa um método parecido com o usado na vacina contra a gripe, causada pelo vírus influenza. Os pesquisadores propõem o uso de pedaços de proteína viral para a criação de imunidade contra seu contágio.
O estudo foi publicado ontem no periódico EBioMedicine, publicado pelo jornal científico The Lancet. Esse é o primeiro estudo a ser publicado após ser revisado e criticado por pesquisadores de outras universidades, um processo de validação conhecido no meio como peer review (revisão dos pares).
A vacina será agora encaminhada para os testes rigorosos da Food and Drug Admistration, uma agência análoga à Anvisa brasileira. Somente após vencer essa etapa, que pode levar vários meses, a vacina poderá ser produzida em massa — considerando que tudo saia como esperam os cientistas.