Segunda-feira, 21 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2020
A Bahia assinou um acordo para conduzir testes clínicos da Fase 3 da vacina russa contra a Covid-19, a Sputnik V, e firmou o compromisso de comprar 50 milhões de doses para distribuir no Brasil. O anúncio foi feito na madrugada de sexta-feira pelo governador do estado, Rui Costa (PT), em uma rede social. O Estado do Paraná foi o primeiro a firmar um acordo com os russos, embora ainda não haja autorização para testes e produção do imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
“Bom dia! A sexta-feira começa com a oficialização de uma ótima notícia! A Bahia assinou um acordo de cooperação com o fundo soberano da Rússia, o RDIF, para o fornecimento de 50 milhões de doses da vacina Sputnik V, a primeira contra #coronavírus registrada em todo o mundo”, escreveu Rui Costa.
Costa informou que um acordo de confidencialidade foi assinado na última terça-feira para formalizar os testes, e a Bahia irá receber 500 doses iniciais assim que a Anvisa aprovar o protocolo para a testagem. O governador baiano disse ainda que o governo federal deveria estar fazendo mais para estabelecer parcerias internacionais para ajudar os estudos sobre as vacinas que estão sendo desenvolvidas para combater a pandemia.
“Vamos poder fornecer a vacina para todo Brasil quando ela for aprovada pelos órgãos responsáveis. A SputnikV está sendo avaliada, já na fase 3 de testes, em 40 mil pessoas pelo mundo. Aqui na Bahia, a partir de outubro, pretendemos realizar testes clínicos em 500 pessoas”, escreveu ainda o governador.
Se os estudos, que devem começar em outubro, forem bem-sucedidos, a Bahia irá buscar comercializar a vacina russa no Brasil por meio de seu centro de pesquisa farmacêutica Bahiafarma, segundo o secretário de Saúde do estado, Fábio Villas-Boas. A aquisição das 50 milhões de doses foi confirmada à Reuters pelo Fundo Russo de Investimento Direto (RDIF), que financia as pesquisas da vacina.
De acordo com o fundo soberano, as primeiras doses podem chegar ao país em novembro, a depender da aprovação pela Anvisa. A expectativa é fornecer pelo menos 100 milhões de unidades para a América Latina.
A Rússia promove a Sputnik V como a primeira vacina contra o coronavírus a ser registrada no mundo, embora a Fase 3 de testes ainda não tenha sido concluída. A falta de transparência no momento de seu registro pelas autoridades russas levantou forte ceticismo na comunidade científica internacional.
Na semana passada, um estudo publicado na Lancet, renomada revista científica, mostrou dados promissores. No entanto, um grupo de cientistas de diferentes nacionalidades questionou os resultados e o periódico pediu explicações aos autores.
A vacina russa está sendo desenvolvida pelo Instituto de Pesquisa Gamaleia, de Moscou, capital da Rússia, e comercializada pelo RDIF, que no mês passado fechou um acordo com o estado do Paraná para testar e produzir a vacina localmente. As informações são do jornal O Globo e da agência de notícias Reuters.