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Saúde A ciência diz que não há cura para os estupradores

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Estupradores são pessoas que podem trabalhar, que têm consciência, mas, que mesmo após tratamento, provavelmente vão voltar a praticar o crime, segundo especialista. (Crédito: Reprodução)

O estupro é um dos crimes que mais choca a sociedade e que gera discussão quanto ao retorno do indivíduo à convivência social depois de cumprir sua pena determinada pela Justiça. Outra questão que é objeto de estudo pela ciência é o medo que o sujeito volte a cometer o crime. Para a psicóloga clínica Vera Moreira, que já atuou em uma penitenciária para estrangeiros com detentos acusados de crimes sexuais, entre 2009 e 2010, os estupradores estão classificados dentro de um quadro de psicopatia e, para a ciência, a psicopatia não tem cura.
“Tem que ser feito acompanhamento psicológico, psiquiátrico, mas não é um indivíduo que a gente entenda que vai se recuperar e vai viver em sociedade sem praticar novamente o ato. Consegue viver na sociedade, mas a chance de voltar a praticar o crime é muito grande. Mas, para a ciência, não tem cura”, explica Vera.
Já para a psicóloga Simone Borges Giraud, que também atendeu paciente que cometeu estupro, a questão é polêmica e esbarra na questão legal, onde é preciso ser feito um julgamento. Para ela, existem dois tipos de estupradores. “Existe o abusador e o molestador. O abusador geralmente é uma pessoa mais solitária, com atuação através de carícias mais discretas e o molestador é mais invasivo e costuma consumar o ato sexual. Tem que ser analisado com muito cuidado. O abusador vive dentro de uma fantasia. Já o molestador pode sofrer de transtorno de humor, psicótico, até retardo mental e também psicopatia”, explica Simone.

Psicopatia.
O estuprador é considerado um psicopata, que é aquela pessoa que não sente culpa pelos seus atos, que não tem remorso, segundo Vera. “A psicopatia é quase uma psicotização, beira a loucura. Mas o criminoso sexual tem noção do que está fazendo, tem noção de certo e errado, tem consciência da realidade, só que não consegue se controlar porque de alguma forma também foi abusado. Provavelmente é uma pessoa que tem um histórico de algum abuso, pode ser sexual ou moral na infância ou adolescência”, esclarece Vera, que explica que diversos fatores colaboram para o surgimento de psicopatias, como o fator genético e o ambiente. Para Simone, se a pessoa teve um transtorno e tem consciência que fez mal, existem resultados após tratamentos em que a pessoa conseguiu se transformar, mas ela precisa ter consciência. Já o psicopata não tem. “O psicopata não tem essa percepção que está causando mal ao outro, faz com frieza”, explica.
Penitenciária.
Grande parte dos presos por crimes sexuais vão para as penitenciárias e apenas alguns são encaminhados para tratamento em hospitais psiquiátricos da polícia. Segundo Vera, casos de internação em hospitais psiquiátricos são quando geralmente o detento esteve em uma penitenciária, mas apresenta perturbações psiquiátricas que as penitenciárias não têm condições de cuidar.
“A penitenciária tem atendimento médico, mas até certo ponto. Pela experiência que eu tive nesse tempo dentro da penitenciária, o criminoso sexual ia para lá, mas se acontecia de ter muito surto, psicotização, chega um momento em que não tem como manter o detento ali, então encaminhava-se para o hospital psiquiátrico da polícia”, conta.
A psicóloga explica que para progredir para o regime semiaberto, é observado o comportamento do detento. “Ele passa por avaliações psicológicas, o juiz precisa de parecer da penitenciária para liberar. Quando completa o tempo [de prisão], ele volta para a sociedade.” Apesar do tratamento e da chance de voltar a viver em sociedade, para a ciência é muito difícil o ex-detento não voltar a praticar o crime. “A chance de praticar o crime novamente é muito grande, inclusive nas saidinhas temporárias que a lei prevê”, afirma Vera.

Os criminosos sexuais geralmente têm um padrão de comportamento. Existe os que têm preferência por criança e os que não têm. Segundo Vera, os estupradores são pessoas que podem trabalhar, que têm consciência, são sedutoras, são sociais, mas, que mesmo após tratamento, provavelmente vão voltar a praticar o crime. (AG)

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https://www.osul.com.br/a-ciencia-diz-que-nao-ha-cura-para-os-estupradores/ A ciência diz que não há cura para os estupradores 2015-05-16
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