Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de outubro de 2020
A Comissão Europeia disse nesta quinta-feira que selou um acordo de distribuição com a companhia americana Johnson & Johnson para receber um suprimento de sua potencial vacina contra Covid-19 para até 400 milhões de pessoas. Trata-se do terceiro acordo de compra antecipada assinado pela UE (União Europeia) com fabricantes de vacinas contra Covid-19.
Anteriormente, o bloco já havia firmado contratos com a farmacêutica britânica AstraZeneca, que desenvolve um imunizante em parceria com a Universidade de Oxford (Reino Unido), e a farmacêutica francesa Sanofi. Com isso, a UE já assegurou 1,1 bilhão de doses de vacinas candidatas.
A Johnson & Johnson tem apresentado esse diferencial como um elemento importante na competição com as demais vacinas, uma vez que diminuiria pela metade a logística da distribuição de uma eventual vacina segura e eficaz contra o Sars-CoV-2.
No fim do mês passado, a Johnson & Johnson disponibilizou um estudo ainda sem revisão de pares indicando que sua fórmula foi capaz de induzir resposta imune contra o novo coronavírus e se demonstrou segura no experimento randomizado. Os resultados passarão pelo teste final na terceira etapa dos ensaios, conduzida em vários países, inclusive o Brasil, e envolverá 60 mil voluntários.
Foram testadas diferentes doses e a menor delas foi considerada eficaz, de acordo com os autores da pesquisa. A resposta imune por meio de anticorpos se mostrou estável entre adultos e idosos. Os efeitos colaterais, por sua vez, foram febre, dor de cabeça, dor no corpo e fadiga.
UE tenta ampliar acordos
Pelos termos do acordo, os 27 Estados da UE conseguirão encomendar até 400 milhões unidades da possível vacina depois que a agência reguladora de remédios do bloco der seu aval sobre a segurança e a efetividade.
“O contrato permite aos Estados-membros comprar vacinas para 200 milhões de pessoas. Eles também terão a possibilidade de comprar vacinas para outras 200 milhões de pessoas”, disse a comissão em um comunicado.
Para assegurar as vacinas, a UE fez um pagamento inicial à Johnson & Johnson cujo valor não foi revelado. No mesmo comunicado, o bloco reiterou sua intenção de disponibilizar 500 milhões de doses adicionais para países mais pobres a partir da segunda metade de 2021.
Fontes ouvidas pela Reuters afirmam que a Comissão Europeia negocia um acordo com a Novavax. Publicamente, o bloco afirma ter conversas avançadas com a Moderna, CureVac e a Pfizer/BioNTech. Se houver um acerto com todas as companhias, incluindo a Novavax, a União Europeia superaria os Estados Unidos e o Reino Unido no número de acordos firmados por vacinas: seriam sete, enquanto os dois países mantêm seis cada. As informações são da agência de notícias Reuters.