Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 18 de abril de 2019
Nesta sexta-feira, a comunidade judaica de Porto Alegre comemora nesta sexta-feira a Pessach (palavra que em hebraico significa “passagem”). A data relembra a libertação do povo hebreu da escravidão no Egito e início de sua travessia rumo à chamada “Terra Prometida” (por Deus aos israelitas), quase 3,5 mil anos atrás.
Em 2019, a festividade religiosa começou em 19 de abril e prossegue até o dia 27 (quarta-feira), coincidindo com a celebração cristã – esta última, por sua vez, tem como mote a crença na ressurreição de Jesus pelos romanos (supostamente realizada entre os anos de 30 e 33), três dias após a sua crucificação, conforme relatos do Novo Testamento.
“Este período é muito importante para refletirmos sobre a liberdade, não apenas no aspecto religioso, mas como um direito do ser humano. Convidamos as pessoas para que se reúnam e fortaleçam seus laços com amigos, familiares e comunidade”, diz o presidente da Firs (Federação Israelita do Rio Grande do Sul), Sebastian Watenberg. A entidade está localizada na rua João Telles, bairro Bom Fim.
A “Terra Prometida” mencionada nos livros religiosos corresponde a uma área que atualmente abrange partes dos territórios de Israel, Palestina, Cisjordânia, Jordânia Ocidental, Síria e Líbano, no Oriente Médio.
Costume
Durante o período de comemorações de Pessach, seguidores do judaísmo não consomem alimentos fermentados. A lista inclui o pão, que por tradição é substituído pelo matzá, também conhecido como “pão ázimo”. Esse costume judaico faz referência ao período de 40 anos em que seus ancestrais caminharam rumo à Terra Prometida: devido à dinâmica da própria peregrinação, não havia tempo para esperar os alimentos fermentarem.
Ainda segundo a Firs, nas duas primeiras noites da festividade realiza-se um jantar especial, denominado “Sêder de Pessach”. Trata-se de uma cerimônia que une o ritual religioso a uma ceia repleta de simbologias. Coloca-se um prato sobre a mesa com alimentos que lembram a época: o ovo (porque remete às voltas que o mundo dá), o charroset (mistura de maçã com canela, em referência à cor dos tijolos) e ossos de galinha (como símbolo de força), dentre outros itens.
Na próxima segunda-feira (22 de abril), a partir das 19h30min, o Centro Israelita (na rua Henrique Dias, também no bairro Bom Fim) realizará o seu Seder de Pessach. A celebração será conduzido pelo Rabino Marcos e outros membros da equipe litúrgica.
De acordo com a Firs, os primeiros judeus que chegaram ao Estado eram imigrantes procedentes da Europa, que se instalaram no interior a partir de 1904. “A comunidade judaica gaúcha então floresceu e se desenvolveu com o Rio Grande do Sul”, destaca a entidade.
“Hoje, a integração à sociedade gaúcha e brasileira é um fato consumado. As gerações de judeus que sucederam os primeiros imigrantes construíram, ao longo dessa trajetória de mais de 100 anos, uma identidade judaica, gaúcha e brasileira.”
(Marcello Campos)