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Por Redação O Sul | 24 de agosto de 2018
O ICC (Índice de Confiança do Consumidor), divulgado nesta sexta-feira (24) pela FGV (Fundação Getulio Vargas), recuou 0,4 ponto em agosto, ao passar de 84,2 para 83,8 pontos. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve alta de 2,4 pontos.
“Diante da lenta recuperação do mercado de trabalho, do alto nível de incerteza, do risco de aceleração da inflação e das dificuldades de se alcançar o equilíbrio orçamentário familiar, os consumidores mantêm uma postura conservadora e cautelosa quanto aos gastos discricionários. Este desânimo terá um efeito redutor sobre o consumo das famílias ao longo do segundo semestre”, afirmou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem do Consumidor.
Em agosto, houve piora das avaliações sobre a situação atual e melhora das expectativas em relação aos meses seguintes. O ISA (Índice de Situação Atual) caiu 2,7 pontos, para 71,4 pontos, devolvendo a alta do mês anterior.
Já o IE (Índice de Expectativas) avançou 1,1 ponto em relação ao mês anterior, para 93 pontos, o segundo aumento consecutivo desse indicador. O indicador que mede a satisfação dos consumidores com a situação atual da economia variou 0,5 ponto entre julho e agosto, para 78,6 pontos.
Apesar disso, o índice se mantém abaixo do nível anterior à greve dos caminhoneiros. O indicador de satisfação com a situação financeira familiar foi o que mais contribuiu para a queda do ICC em agosto, ao recuar 5,9 pontos e atingir 64,8 pontos, o menor patamar desde agosto de 2017.
O indicador que mede o otimismo com relação à situação econômica nos seis meses seguintes subiu 1,1 ponto no último mês, para 103,4 pontos, interrompendo a tendência de queda dos quatro meses anteriores. As expectativas sobre a situação financeira das famílias melhoraram pelo segundo mês consecutivo. O indicador subiu 3,2 pontos, para 95,4 pontos, o maior nível desde abril (96,4).
O indicador que mede a intenção de compras de bens duráveis recuou 0,9 ponto, para 81,2 pontos em agosto, o menor nível desde outubro de 2017. Houve perda de confiança em todas as classes de renda, exceto para os consumidores de renda familiar entre R$ 2.100,01 e R$ 4.800, cujo índice avançou pelo segundo mês consecutivo, com crescimento acumulado de 1,6 ponto, o que ainda não foi o suficiente para compensar as perdas de junho de 2018. Para as famílias de renda inferior à R$ 2.100, a confiança diminuiu 1,2 ponto entre julho e agosto, a maior variação negativa entre as classes de renda analisadas.
Comércio
O ICOM (Índice de Confiança do Comércio) subiu 1,1 ponto em agosto, ao passar de 88,8 para 89,9 pontos. Essa é a primeira alta do indicador após uma sequência de quatro quedas seguidas, com perdas acumuladas de 8 pontos.
“A reação da confiança do comércio em agosto é tímida diante dos resultados negativos recentes. As empresas continuam avaliando a situação atual de forma desfavorável, mas já esboçam uma melhora nas expectativas em relação aos próximos meses. A combinação de resultados sinaliza que o setor continua se recuperando lentamente, sujeito aos níveis elevados de incerteza e da também lenta evolução do mercado de trabalho”, avaliou Rodolpho Tobler, coordenador da Sondagem do Comércio da FGV.
A alta da confiança em agosto ocorreu em dez dos 13 segmentos pesquisados. O Índice de Expectativas subiu 2,8 pontos, para 94,6 pontos, influenciado tanto pela melhora do indicador de vendas previstas, que avançou 2,3 pontos para 93,4 pontos, quanto pelo indicador de tendência dos negócios para os próximos seis meses, que subiu 3,2 pontos, para 96 pontos.