Terça-feira, 04 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 5 de fevereiro de 2020
				O Centro Médico Nacional de Seul anunciou hoje que liberou a primeira pessoa na Coreia do Sul a se recuperar do coronavírus inicialmente registrado na cidade de Wuhan, na China.
Trata-se de um homem sul-coreano de 55 anos que foi o segundo caso de coronavírus detectado no país e passou 13 dias em quarentena antes de testar negativo nos exames. O infectado tinha voltado de uma viagem a Wuhan no dia 22 de janeiro e foi diagnosticado com resultado positivo dois dias depois.
Este é o primeiro dos 18 casos identificados no país a receber alta médica. O Centro de Controle e Prevenção de Doenças da Coreia (KCDC) explicou que o homem testou negativo em exames consecutivos.
O órgão também informou que os outros 17 infectados estão em condições estáveis e que é muito possível que a primeira pessoa contagiada diagnosticada na Coreia do Sul, um turista de Wuhan de 35 anos, receba alta amanhã.
Jin Beom-sik, o médico do Centro Médico Nacional que tratou o paciente que recebeu alta nesta quarta-feira, disse em entrevista coletiva que pretende acompanhar de perto a saúde do homem liberado.
Em declaração emitida pela agência Yonhap, Jin afirmou que o paciente “deve ser monitorado regularmente porque pode ter complicações inesperadas”.
A notícia da alta médica chega no mesmo dia em que a Coreia do Sul anunciou dois novos casos de infecção por coronavírus, elevando o total para 18.
Eles são a filha da 16ª pessoa infectada (que foi contagiada durante uma viagem à Tailândia) e um homem que esteve em contato com uma pessoa da Malásia durante uma reunião em Singapura.
Desde terça, a Coreia do Sul proíbe a entrada de qualquer estrangeiro que tenha estado nos 14 dias anteriores na província de Hubei, onde Wuhan (epicentro da epidemia) está localizada, embora diversos especialistas e grupos tenham pedido ao governo para estender esta restrição também a outras regiões.
Até agora, o coronavírus já matou ao menos 490 pessoas e infectou 24 mil em mais de 20 países.
Hospitais
O governo da China planejava finalizar nesta quarta-feira (5), a entrega de 11 hospitais construídos em Wuhan para atender as vítimas do novo coronavírus.
Erguidas em apenas 12 dias, as novas unidades se somam às outras três já finalizadas pelo governo chinês nesta segunda-feira, com capacidade total para 3.400 pacientes.
Nos últimos dias, pacientes já foram direcionados aos prédios, onde deram início ao tratamento contra o coronavírus.
De acordo com a agência de notícias estatal chinesa, ao todo, mais de 10 mil leitos serão entregues em hospitais temporários espalhados em diferentes distritos de Wuhan, epicentro do surto de coronavírus.
Ginásios, escolas, centros de exposição e centros esportivos foram convertidos nas novas unidades hospitalares.
Um complexo cultural convertido em hospital com capacidade para mil leitos foi dividido em 20 enfermarias; banheiros e vestiários foram instalados na área externa do edifício. As portas de entrada e saída também foram localizadas em extremidades distintas do prédio, para evitar a infecção dos médicos.
Os novos hospitais foram erguidos utilizando a mesma estratégia adotada em Pequim durante a epidemia da Síndrome Respiratória Aguda Grave (Sars), em 2003. Feitas com placas planas que se encaixam umas nas outras, as unidades pré-fabricadas têm aproximadamente 30 metros quadrados e quartos despressurizados.
Além das novas construções, outros 20 hospitais móveis de todo o país – espécie de ambulâncias superequipadas e com médicos, geralmente usadas em áreas rurais ou montanhosas onde não é possível construir unidades fixas – foram direcionados para Wuhan e começaram a chegar ainda ontem à cidade.
Eles serão destinados ao tratamento de pacientes com sintomas leves, anunciou Jiao Yahui, da Comissão Nacional de Saúde.
Na segunda, a vice-primeira-ministra chinesa, Sun Chunlan, esteve em Wuhan para conhecer a primeira leva de unidades entregues. No dia seguinte, o país anunciou que ao menos 490 pessoas morreram pelo coronavírus e mais de 24 mil pessoas foram infectadas desde o início da epidemia.