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Brasil A crise do PSL extrapola o partido e atinge a articulação de Bolsonaro no Congresso Nacional

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"Vocês vão ver que, sobretudo, eu falo que aquilo é a minha opinião", afirma. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A crise no PSL extrapolou na última quinta-feira (17) as barreiras do partido e atingiu a articulação política do governo Jair Bolsonaro no Congresso Nacional.

Em meio ao clima de beligerância no PSL, o presidente sofreu derrotas em série, foi chamado de vagabundo pelo líder do partido na Câmara, deputado Delegado Waldir (GO), e, em um contragolpe, decidiu tirar a deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) da liderança do governo no Congresso.

Na Câmara e no Senado, porém, a avaliação é a de que o racha entre Bolsonaro e o presidente nacional do PSL, deputado Luciano Bivar (PE), tem potencial para respingar na agenda do governo no Legislativo.

Para líderes partidários, ainda não é possível dimensionar o tamanho do impacto na interlocução do Palácio do Planalto com o Congresso, mas o sentimento geral é de que, com a nova mudança nos quadros da articulação política, o governo terá de reconstruir o diálogo com deputados e senadores.

Na quinta, Bolsonaro decidiu tirar Joice da liderança do governo no Congresso após ter sofrido dois importantes reveses.

A Secretaria-Geral da Mesa da Câmara confirmou a permanência do Delegado Waldir na liderança do PSL na Casa, embora o presidente tenha atuado pessoalmente para colocar seu filho Eduardo Bolsonaro (SP) no posto.

A manobra do presidente teve como pano de fundo não só o racha interno no PSL, mas as indicações do Senado de que, hoje, Eduardo dificilmente teria seu nome aprovado para ser embaixador do Brasil em Washington.

Alçar o filho à liderança do PSL na Câmara seria um movimento para evitar mais uma derrota pessoal de Bolsonaro. No fim do dia, o Planalto suspendeu a indicação de Eduardo ao posto.

O substituto de Joice na liderança do governo no Congresso será o senador Eduardo Gomes (MDB-TO), que, embora seja considerado habilidoso politicamente, assumirá a função com a casa desarrumada, avaliam os líderes partidários. Ele foi deputado por três mandatos consecutivos e passou por partidos como PSDB, PSB e Solidariedade.

Deputados e senadores lembram que ainda não enxergam no general Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, o papel de intermediário entre as demandas dos congressistas e o Planalto.

Nesse cenário, dizem, a chegada de um novo articulador pode fazer com que as conversas políticas voltem à estaca zero.

Deputada de primeiro mandato, Joice foi alçada à liderança do governo com o aval do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), em meio a um clima de desconfiança. Em pouco tempo, no entanto, conquistou os pares no Congresso.

Parlamentares experientes dizem que, em muitos momentos, a atuação da deputada foi fundamental para que os partidos de centro caminhassem com o governo em votações importantes.

Joice disse que ficou sabendo pela imprensa que Bolsonaro a retirou do cargo de líder do governo no Congresso. “Ninguém teve a dignidade de vir falar comigo e me avisar”, afirmou a parlamentar.

“Eu ganho uma carta de alforria. Graças a Deus!”, disse ela à colunista Mônica Bergamo. “Passei esse tempo todo servindo ao governo de forma leal. Inclusive deixando de cuidar do meu mandato para gerir crises e apagar incêndios. Abri mão da minha família”, disse. “Em alguns momentos, tive que engolir sapo para defender coisas com que eu não concordo.”

Joice atribuiu a sua retirada do posto ao seu apoio à permanência do Delegado Waldir na liderança do PSL. Segundo ela, a “manobra” para colocar o deputado Eduardo Bolsonaro no lugar de Waldir “é uma loucura”.

“Porque ele [Eduardo] é desagregador. Mas quando o governo quer dar tiro no pé, fazer o quê? Eu, para proteger o presidente, não entrei nisso. Não poderia colocar a minha assinatura numa loucura dessa. Mas porque eu assinei a lista de apoio ao Waldir, vem essa retaliação.”

O racha entre Bolsonaro e Bivar acabou se transformando em uma guerra aberta de áudios.

O presidente chamou de “desonestidade” uma gravação atribuída a ele de conversas com parlamentares do PSL sobre a troca do líder do partido na Câmara.

“Eu não trato publicamente sobre este assunto. Eu converso individualmente. Se alguém entrou, grampeou telefone, primeiro é uma desonestidade”, afirmou Bolsonaro. Ele usou o termo “grampo” numa referência ao áudio de uma conversa dele com um deputado possivelmente gravada pelo interlocutor.

Mais tarde, houve vazamento de áudio do líder do partido na Câmara, deputado Delegado Waldir.

“Não tem conversa, eu implodo o presidente, cabô, cara. Eu sou o cara mais fiel a esse vagabundo, cara”, afirmou Waldir em gravação feita no dia anterior, revelada pelo site R7 e obtida pela Folha. Depois, ele recuou e disse apoiar o presidente: “Isso já passou. Nós somos Bolsonaro.”

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