Domingo, 19 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de março de 2019
A defesa do ex-presidente Lula pediu à Justiça para ter acesso à íntegra de um acordo bilionário firmado entre o MPF (Ministério Público Federal) de Curitiba e a Petrobras. Por ele, a estatal depositará R$ 2 bilhões em uma fundação que será administrada por pessoas e entidades selecionadas pelo próprio MPF.
O acordo, que teria envolvido autoridades dos EUA, está sendo fortemente questionado por políticos, advogados e até ministros do STF (Supremo Tribunal Federal). Eles entendem que os recursos são públicos e deveriam ser destinados à União. O MPF, portanto, não teria legitimidade para participar da administração do dinheiro.
Os advogados de Lula acreditam que os termos do acordo podem ter impacto em um processo do ex-presidente em que a Petrobras se coloca como vítima dos desvios de recursos e foi aceita como assistente de acusação.
Eles acreditam que há aspectos contraditórios que podem ser esclarecidos na comparação dos argumentos de vítima da Petrobras na ação de Lula com o papel que ela assume no acordo do MPF, em que tem que pagar indenizações. Eles querem ter acesso a todas as tratativas feitas entre o MPF e a empresa.
Gleisi
Preocupada com o futuro do PT, a corrente majoritária CNB (Construindo Um Novo Brasil) começou um movimento para convencer o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a desistir de seu plano de ajudar a eleger a atual presidente, Gleisi Hoffmann, para um novo mandato à frente da legenda.
Para quem o visita na Superintendência da PF (Polícia Federal) em Curitiba (PR), o líder da sigla tem sido firme na defesa da aliada, uma das principais entusiastas da bandeira “Lula livre”. A eleição para a presidência do PT ainda não tem data, mas a expectativa é que ocorra no segundo semestre. Líderes da CNB acusam Gleisi de tomar decisões sem consultar os demais membros da direção. Dizem que isso aconteceu, em janeiro, quando ela foi à posse de Nicolás Maduro na Venezuela.
O episódio gerou até uma discussão com o candidato derrotado do partido à Presidência, Fernando Haddad (SP), na última reunião da executiva, no mês passado. Haddad foi questionado sobre as críticas que fez a Gleisi numa entrevista e respondeu que via problema no fato de ela não ter ouvido a legenda. A parlamentar rebateu, dizendo que o PT já tinha uma posição sobre a crise no país vizinho.
Em 2018, quando tentava se cacifar para substituir Lula como candidato do PT a presidente, Haddad, que sempre teve uma atuação independente, se aproximou da CNB. Parte das lideranças da corrente defende que ele assuma o comando da sigla. Ele resiste à ideia.
Em entrevista à imprensa na semana passada , Haddad mais uma vez afirmou não ter interesse em presidir o PT porque pretende seguir com sua vida de professor. Disse que Gleisi tem condições de dirigir a legenda, mas, antes de uma definição sobre isso, o PT deveria discutir os rumos que seguirá diante da nova conjuntura. Para o ex-prefeito, o novo presidente deve ter o perfil para seguir as novas diretrizes.