Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de setembro de 2020
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), ré por orquestrar a morte do marido, pastor Anderson do Carmo, será ouvida nesta quarta-feira (23) pela Corregedoria da Câmara dos Deputados. Ela dará sua versão do caso para o corregedor parlamentar, deputado Paulo Bengtson (PTB-PA), que na semana passada recebeu a defesa escrita da parlamentar.
A oitiva, segundo ele, será presencial e “complementar” à defesa escrita, e ainda não tem hora marcada.
Tornozeleira
A Secretaria de Administração Penitenciária do Estado do Rio de Janeiro (Seap) foi notificada na última sexta-feira (18) da decisão da 3ª Vara Criminal de Niterói que determinou que a deputada federal Flordelis seja monitorada por tornozeleira eletrônica. Ela também terá de ficar em recolhimento domiciliar das 23h às 6h.
A decisão foi da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce. Flordelis e os filhos são réus em processo sobre a morte do marido dela, o pastor Anderson do Carmo, assassinado em casa, em Niterói, em junho do ano passado.
A deputada é acusada de ser a mandante do crime, mas não pôde ser presa em razão de sua imunidade parlamentar.
A defesa de Flordelis declarou que vai tomar todas as providências e disse que a decisão “é equivocada, usa argumentos sem sentido e que a presunção de inocência tem sido deixada de lado no caso.”
Na sexta, a Justiça também determinou que Adriano dos Santos Rodrigues, um dos filhos biológicos de Flordelis e acusado de envolvimento na morte do pastor Anderson do Carmo, seja transferido para a penitenciária de segurança máxima Laércio da Costa Pellegrino, conhecida como Bangu 1, no Complexo de Gericinó, Zona Oeste do Rio.
O pedido, aceito pela Justiça, foi feito pela defesa que representa o pai do pastor Anderson do Carmo no processo, após suspeitas de que Adriano estava se comunicando de dentro do presídio com a mãe.
A decisão cita também o relato de uma testemunha do caso que diz temer por sua integridade física.
Regiane Ramos disse em depoimento que se sente ameaçada “em especial” pela ré Flordelis e o corréu Adriano.
Relato de ameaças
Recentemente, Regiane teve uma bomba jogada em sua residência. Ela esteve no Ministério Público do Rio de Janeiro para relatar que o artefato pode ter sido também um recado “para calar Lucas”, um dos filhos da deputada federal preso.
Regiane é dona da oficina em que Lucas trabalhava antes do crime e consta no inquérito policial como testemunha por reafirmar a história de que Lucas César dos Santos teria recebido uma mensagem, via WhatApp, com o plano para matar o pastor. Na época, Lucas teria comentado sobre a proposta e enviado a mensagem para Regiane ler.
Segundo a testemunha, ela não tem dúvida de que o ataque foi orquestrado pela família de Flordelis como uma forma de intimidá-la a não depor em juízo e também uma forma de intimidar Lucas.