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Geral Dermatite atópica em adolescentes está associada à depressão e ao bullying

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Processo inflamatório da pele, que atinge mais as crianças, não é contagioso e pode preceder a asma e a rinite. (Foto: Reprodução de internet)

Viver com DA (dermatite atópica) pode levar a um sofrimento que vai além do que se vê na pele. Em adolescentes, cuja estrutura psicológica ainda está em formação, estudos indicam que a doença está associada a quadros de depressão, bullying e ideação suicida, além de autoconfiança comprometida. Por isso, seguir com o tratamento adequado contínuo é essencial para se ter qualidade de vida.

Lígia Yumi Nakanishi, de 15 anos, convive com a enfermidade desce criança e deixou de fazer muitas coisas de que gostava por conta da condição. “Não podia entrar na piscina, o sol piorava as lesões. Hoje em dia está mais controlada, mas antes eu não usava biquíni, só maiô, e só usava calça para não mostrar a pele”, relata.

A mãe da jovem, a professora Danieli Renata Nakanishi, de 37 anos, conta que o problema acaba afetando toda a família. “Ela ficava triste e a gente sofre junto. Fomos à um parque aquático e as pessoas olhavam diferente, porque quando a pessoa não sabe, acha que é contagiosa. E ela deixou de fazer muita coisa por causa da alergia”, diz.

O que é dermatite atópica

De fato, a DA não é contagiosa. Trata-se de uma doença crônica e genética caracterizada por pele seca, lesões que coçam muito e crostas. Nesta doença, o sistema imune reage de forma exagerada a qualquer fator externo alergênico, propiciando a coceira intensa e o aparecimento das lesões.

Além disso, há um defeito genético na estrutura da pele. As células que deveriam estar bem juntas, formando uma barreira protetora, estão mais espalhadas na DA, com uma camada frágil que permite a entrada de fatores prejudiciais.

“Uma pessoa pode sensibilizar por inúmeros fatores: ácaros, pele de animal, fungo, pólen, alimentos. Essa pele inflamada fica muito reativa e sensível a fatores irritantes e até roupa ou suor pode dar coceira”, diz Ariana Campos Yang, professora de imunologia clínica e alergia do Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. Outros gatilhos para a crise são infecções e estresse.

A médica explica que a DA é a mais comum das doenças crônicas da infância, sendo mais frequente nessa fase, mas pode aparecer em qualquer momento da vida. “Quanto mais grave, mais chance de persistir ao longo da vida.” O diagnóstico é clínico e se difere de outras doenças de pele pela apresentação típica.

Enquanto na dermatite atópica as lesões aparecem nas dobras internas de braços e pernas e há muito coceira, na psoríase, por exemplo, ocorrem mais placas nas dobras externas, como cotovelos, que não coçam muito. As formas graves são mais comuns em adolescentes e adultos, cujas lesões se generalizam pelo corpo, enquanto as leves predominam na infância.

Rinite, asma e alergia a alimentos ou fatores ambientais estão associados à DA e foi o que aconteceu com Lígia também. Danieli conta que a menina começou a desenvolver asma e bronquite na infância, mas depois que controlou os problemas respiratórios, as lesões na pele apareceram. “Ela tinha oito anos quando começou a agravar. Dos oito para cá, só foi piorando.”

O fato de essas enfermidades fazerem parte do mesmo grupo genético explica a relação entre elas. Segundo Ariana, pessoas com dermatite atópica têm 50% de chance de evoluir com asma, mas o risco só existe até a adolescência.

tags: Saúde

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https://www.osul.com.br/a-dermatite-atopica-em-adolescentes-esta-associada-a-depressao-e-ao-bullying/ Dermatite atópica em adolescentes está associada à depressão e ao bullying 2019-08-27
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