Domingo, 28 de abril de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
18°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil A desigualdade na carga de trabalho doméstico é o fator que mais dificulta a entrada de mulheres na política

Compartilhe esta notícia:

Mesmo as mulheres somando um total de 51% da população brasileira, elas governam apenas 12% dos municípios do País. (Foto: Reprodução)

A desigualdade na carga de trabalho doméstico é o fator que mais dificulta a entrada de mulheres na política. A informação está na Pesquisa da Mulher na Política, do projeto Me Farei Ouvir, da ONG Elas No Poder. O estudo entrevistou 4.111 mulheres de todos os estados do País.

Setenta e oito por cento das entrevistadas afirmaram que a desigualdade na carga de trabalho doméstico “dificulta muito” a entrada na política. E 14% disseram que esse fator “dificulta”.

Em segundo lugar foi apontada a relutância dos partidos em dar espaço às mulheres: para 76%, “dificulta muito”, e 17% disseram que “dificulta”.

Em seguida, estão assédio e desrespeito que as mulheres sofrem na política.

Setenta e três por cento declararam que esse item “dificulta muito”, e 18% disseram que “dificulta” a ida delas para o mundo da política.

Perfil 

O Brasil ainda é um dos países que menos tem mulheres exercendo cargos políticos. Uma série de fatores influencia essa realidade. Entre elas, a falta de incentivo social e financeiro.

Em questionário baseado em uma plataforma online, respondido por 4.111 participantes em todas as regiões do Brasil, entre as mulheres que afirmaram não querer se candidatar, a justificativa mais comum foi “falta de perfil” (40,6%), seguido de “não está no foco” (20,10%) e “desinteresse” (13,7%). Há, ainda, “incompatibilidade com partidos” (2,5%) e “falta de apoio” (1,7%).

Para cientista política Letícia Medeiros, pesquisadora e cofundadora do Elas no Poder, o resultado da pesquisa mostra como as mulheres ainda não são compreendidas como peças de um ambiente político, principalmente porque as áreas no processo de socialização feminina mais comuns são no espaço privado – como dentro de casa ou em atividades domésticas.

Letícia justifica que essa “falta de perfil” está muito associada com a descrença da autoimagem, ou seja, mulheres não se sentem acolhidas ou empoderadas nos espaços políticos.

“Perto das eleições de 2018, acompanhei muitas candidaturas femininas e, frequentemente, tive o papel de incentivar as mulheres a não desistirem da corrida eleitoral. Vi muitas delas duvidarem da capacidade, mas nunca vi homens na mesma situação”, pontua.

Baseada também em estudos internacionais, a cientista política afirma que além do baixo incentivo social, há outros entraves que afastam as mulheres da política: a ambição; a dupla jornada, o ambiente partidário masculino e diretórios compostos por homens, que decidem quem se candidata e com quanto será bancada.

“Elas existem, estão mobilizadas, mas ainda não estão suficientemente empoderadas para entenderem que ali também é um espaço delas, que pode acolhe-las. “Por isso acredito que a sociedade civil e os partidos políticos podem criar estratégias para recrutá-las. Legendas ainda são a principal porta de entrada na política. Se você é podada, qual motivação terá para permanecer?”, questiona Medeiros.

Os dados foram coletados entre 4 de novembro de 2019 e 20 de dezembro do mesmo ano. Com as eleições municipais próximas, a pesquisa testou ainda a ambição política das mulheres. A maioria delas não tem intenção de se candidatar a qualquer cargo político (54%), enquanto parte das integrantes já tinham disputado alguma eleição (6%) e apenas 1% foi eleita.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

O presidente da Fifa não garante a realização da Eurocopa de 2020, por causa do coronavírus
Entenda como uma alimentação saudável ajuda a prevenir a obesidade e o câncer
https://www.osul.com.br/a-desigualdade-na-carga-de-trabalho-domestico-e-o-fator-que-mais-dificulta-a-entrada-de-mulheres-na-politica/ A desigualdade na carga de trabalho doméstico é o fator que mais dificulta a entrada de mulheres na política 2020-03-02
Deixe seu comentário
Pode te interessar