Quarta-feira, 26 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 15 de agosto de 2018
Apesar de insistirem no registro da candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líderes do PT já foram informados por interlocutores que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) vai trabalhar para evitar qualquer risco que leve à anulação da eleição presidencial deste ano. O que poderia acontecer se Lula disputasse a eleição “sub judice”, vencesse e depois tivesse o seu registro cassado.
Isso significa que a Justiça Eleitoral vai acelerar a análise do processo envolvendo o petista para que ele esteja concluído no final de agosto ou no máximo início de setembro, dentro da avaliação consensual no TSE de que o ex-presidente é inelegível para a disputa deste ano ao Palácio do Planalto.
Por esse motivo, a cúpula petista já trabalha com o momento de substituição do nome de Lula pelo do ex-governador paulistano Fernando Haddad (2013-2016) como cabeça-de-chapa.
Dentro da legenda, a expectativa é que isso aconteça logo depois da primeira semana de setembro. Lula ainda apareceria como candidato no início da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV e, logo depois (a partir de uma decisão do TSE), seria feita a troca de candidato, mesmo havendo ainda possibilidade de recurso no STF (Supremo Tribunal Federal).
De acordo com esse roteiro, líderes petistas acreditam que poderá ser construído o discurso da perseguição política contra Lula, facilitando assim o trabalho de migração de votos dele para Haddad. Demorar mais para a troca, na visão de pelo menos uma das alas do partido, poderia colocar em risco a estratégia de tentar colocar Haddad no segundo turno.
Campanha
Fernando Haddad se reuniu nessa quarta-feira, em Brasília, com os principais caciques do PT. O objetivo foi definir as estratégias de como o partido levará a campanha presidencial para as ruas.
Ele deve começar a campanha em viagens pela Região Nordeste, priorizando inicialmente a Bahia, onde o candidato do partido à reeleição, Rui Costa, está bem cotado nas pesquisas. “Se tem um resumo dessa reunião é que defendemos botar o bloco na rua”, afirmou o ex-governador da Bahia Jaques Wagner, candidato a senador pelo PT.
De acordo com Wagner, os governadores presentes ao encontro defenderam apressar a circulação da chapa pelo País. “Ele, como vice registrado, pode rodar o Brasil apresentando o programa de governo. Ninguém ganha eleição sem fazer campanha e, como Lula não pode fazer a campanha, Haddad faz como vice”, afirmou o baiano, que participou de um almoço com Haddad, governadores e líderes petistas, na sede da legenda em Brasília.
Para Wagner, a exposição de Haddad à frente da campanha nacional petista não passará a ideia de que o partido abandonou a candidatura de Lula. “Ninguém sombreia o Lula. Então não tem problema. Nós não estamos aceitando nada do que está posto”, disse.
Questionado sobre se, eventualmente, seu nome poderia novamente ser posto como uma das possibilidades para se substituir Lula caso sua candidatura seja impugnada pela Justiça, o petista negou a possibilidade e disse que esta já é uma questão superada.