Sábado, 22 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de fevereiro de 2020
A corrida pelo Oscar de atuação deste ano dificilmente poderia oferecer menos suspense: os troféus já podem ser gravados com os nomes de Joaquin Phoenix (“Coringa”), Renee Zellweger (“Judy – Muito Além do Arco-Íris”), Brad Pitt (“Era uma Vez em… Hollywood”) e Laura Dern (“História de um Casamento”), o temível quarteto que varreu todos os troféus aos quais concorreram até o Oscar deste domingo (9).
A batalha pelo prêmio de melhor filme, por outro lado, é diferente.
Até cinco dos indicados (entre os nove filmes anunciados na categoria no dia 13 de janeiro) têm chances reais de vitória. Abaixo, uma avaliação da disputa mais intensa do Oscar:
Era uma Vez em… Hollywood
Quentin Tarantino é um dos diretores mais importantes de Hollywood, e será que isso não significa que ele deveria ter um Oscar de melhor filme, a esta altura? Esse é o argumento simples e convincente que será apresentado em defesa de “Era uma Vez em… Hollywood”, e ele vem acompanhado de um relógio em contagem regressiva, já que Tarantino, 56, deu a entender que pretende se aposentar em breve de sua carreira como diretor.
“Era uma Vez em… Hollywood” se saiu muito bem nos prêmios televisados, conquistando três prêmio do Globo de Ouro, entre os quais o de melhor comédia ou musical, bem como o prêmio de melhor filme no Critics’ Choice Awards. Os votantes que rejeitam a incursão dos serviços de streaming no cinema têm interesse especial em apoiar o filme, porque ele foi um sucesso nas salas de exibição e um dos raros “blockbusters” de verão a ter como base uma ideia original.
1917
Timing é tudo quando o assunto é o prêmio de melhor filme. O ideal é não crescer cedo demais, para não se tornar o favorito que todos tentam derrubar. (Lamento, “La La Land – Cantando Estações”.) Sob esse critério, “1917” está muito bem posicionado. Embora tenha sido um dos últimos candidatos ao Oscar a chegar aos cinemas americanos, o filme de guerra dirigido por Sam Mendes teve uma largada muito forte, conquistando dois prêmios no Globo de Ouro, de melhor drama e melhor diretor, no momento em que entrava em um circuito maior de salas.
O filme também superou as expectativas de muitos especialistas ao conquistar uma indicação ao Oscar apesar de seu roteiro mínimo, o que é visto como uma aprovação necessária já que nenhum filme desde “Titanic” conquistou o prêmio de melhor filme sem uma indicação paralela ao prêmio de melhor roteiro.
Parasita
“Parasita” conquistará muitos votos para o primeiro lugar da lista na cédula preferencial do Oscar, mas também está destinado a conquistar muitos votos ao segundo lugar, porque é o grande concorrente com menos detratores. Todo mundo parece estar torcendo por “Parasita” e esse nível de apoio faz dele o primeiro trabalho em um idioma estrangeiro a ter chance de conquistar o Oscar de melhor filme. Também ajuda que, em um ano dominado por filmes nostálgicos e de época, a luta de classes moderna que é o cerne de “Parasita” pareça unicamente oportuna.
Apenas dois dos dez últimos premiados como melhor diretor eram americanos, o que me leva a acreditar que Bong Joon-ho tenha fortes chances de conquistar o Oscar nessa categoria.
O Irlandês
Em teoria, “O Irlandês” tem tudo a seu favor. O drama criminal de Martin Scorsese foi um dos dois candidatos a melhor filme a ser indicado também para as categorias do Oscar de direção, atuação, edição e roteiro, o que serve como importante indicação quanto ao Oscar de melhor filme. O filme foi destaque em todos os prêmios em que se esperava que ele fosse destaque, como nos dos sindicatos de produtores, diretores e atores.
Mas será que “O Irlandês” tem condições de conquistar esses prêmios? Essa continua a ser a questão crucial para o filme, especialmente depois de sua derrota em todas as categorias para as quais foi indicado no Globo de Ouro.
Coringa
Subestimar “Coringa” é um risco. Embora tenha obtido o maior número de críticas negativas entre os indicados ao prêmio de melhor filme, esse filme baseado em quadrinhos e dirigido por Todd Phillips continuou a desafiar as probabilidades durante toda a temporada de prêmios: conquistou um Leão de Ouro no Festival de Cinema de Veneza em setembro, superou imensamente as expectativas de bilheteria ao faturar mais de US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,2 bilhões) em todo o mundo e foi o filme mais indicado ao Oscar, com 11 nomeações.
Também é o outro trabalho entre os indicados ao prêmio de melhor filme, além de “O Irlandês”, a receber nomeações por melhor direção, atuação, edição e roteiro.