Quinta-feira, 27 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2019
A empreiteira Odebrecht vai pagar R$ 161,9 milhões para a Eletrobras em um acordo firmado com autoridades no âmbito das alegações de corrupção contra a empreiteira, informou a estatal de energia elétrica em comunicado.
Segundo a Eletrobras, o pagamento corresponde a ressarcimento por prejuízos relacionados à construção das hidrelétricas de Santo Antônio e Belo Monte.
A Odebrecht reconheceu em 2016 em um acordo de leniência que pagou propinas a autoridades no Brasil e em outros países para obter grandes contratos de obras públicas.
Novo governo
O futuro da Eletrobras também está nas mãos do presidente Jair Bolsonaro e do ministro da Economia, Paulo Guedes. A estatal sofre com elevado endividamento, que chegou a R$ 19,9 bilhões no terceiro trimestre de 2018. O ex-presidente Michel Temer pretendia privatizar a companhia, mas não conseguiu apoio no Congresso. Declarações recentes de Bolsonaro indicam que a privatização da estatal não está no radar.
São temas que dependem de negociação no Congresso. O sucesso ou fracasso do novo governo nas conversações vai ditar o humor da economia e a confiança que famílias e empresas terão para fazer a economia andar mais rapidamente.
Peru
O presidente do Peru, Martín Vizcarra, disse na segunda-feira (31) que a Odebrecht não deve continuar trabalhando no país porque a construtora brasileira “contaminou a atividade privada” e admitiu subornar funcionários públicos.
A declaração de Vizcarra ocorre semanas depois de a Odebrecht Peru assinar um acordo com as autoridades peruanas para pagar uma multa de US$ 182 milhões em um prazo de 15 anos com o objetivo de continuar operando no país em troca de provas sobre quais funcionários públicos receberam propina para aprovar concessão de projetos de infraestrutura.
Vizcarra disse à rádio local RPP que a Odebrecht “se autodesqualificou para trabalhar com os peruanos” ao pagar propinas. “Independentemente do acordo que a Odebrecht tenha feito com o Ministério Público em troca de informações, algo que respeito, é minha opinião que ela não deve continuar trabalhando no Peru”, afirmou. “É uma empresa que contaminou o setor privado. Há muitas empresas respeitáveis aqui, mas agora há desconfiança de todas as outras por conta da Odebrecht.”
A Odebrecht está aguardando autorização do governo Vizcarra para vender o projeto de uma hidrelétrica no Peru para a companhia estatal chinesa China Three Gorges por cerca de US$ 1,39 bilhão – parte do valor será usado para pagar dívidas a fornecedores locais e garantir o pagamento da indenização civil. O presidente peruano tomou posse no final de março após a renúncia de Pedro Pablo Kuczynski, acusado de ligações com a Odebrecht, negadas por ele.