Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 30 de março de 2019
Lutando para manter sua operação, a Avianca anunciou na última terça-feira (26) o cancelamento de 21 rotas no Brasil, medida necessária para manter a operação da companhia no País. A empresa disse que a readequação acontecerá progressivamente durante o mês de abril e tem como objetivo readequar sua operação e reduzir o tamanho de sua frota, como parte do plano de Recuperação Judicial. O objetivo será operar 23 destinos, com 26 aeronaves.
“A Avianca Brasil informa que as 32 rotas remanescentes são estratégicas e continuam a ser operadas normalmente, com seus pousos e decolagens mantidos dentro do cronograma previsto”, afirmou a empresa em nota. A companhia também informou que vai assistir aos passageiros com bilhetes emitidos para os destinos que deixam de ser atendidos.
Além das rotas canceladas, a companhia irá fechar suas bases operacionais no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, Petrolina e Belém. As rotas canceladas são as de Aracaju e Salvador, Belém e Guarulhos (SP), Fortaleza e Bogotá (Colômbia), Salvador e Bogotá e Brasília para Cuiabá.
A Avianca também trabalha para se fundir a Azul, que demonstrou interesse em na compra da companhia, mas que enfrenta problemas, como a aprovação da transação pela Anac, e no seu plano de devolução de aeronaves.
O que fazer após o cancelamento das rotas
A Avianca anunciou que passageiros com bilhetes emitidos poderão solicitar o reembolso completo do valor, que será realizado em até sete dias após o pedido. O dinheiro será devolvido pelo mesmo método de pagamento das passagens, como determina a Anac: próxima fatura do cartão de crédito ou depósito em conta corrente, no caso de emissão de boleto. O reembolso pode ser pedido pelo endereço www.avianca.com.br/reembolso. No formulário, selecione o motivo “Cancelamento de voo gerado pela Avianca”.
Caso o viajante preferir, ele poderá ser reacomodado em voos de companhias parceiras. Realizado de forma gratuita, o rearranjo precisa ter o mesmo destino que o original e nas primeiras oportunidades de voo, de acordo com o Anac.
Para responder mais dúvidas, consulte o site da Anac – www.anac.gov.br ou ligue no SAC da Avianca, no número 0800 286 6543.
MP pede abertura de inquérito policial contra dono da Avianca
O dono da Avianca, José Efromovich, e os executivos Jorge Vianna e Frederico Pedreira serão investigados por apropriação indébita das taxas de embarque cobrada dos passageiros no Aeroporto Luís Eduardo Magalhães, em Salvador. O Ministério Público do Estado de São Paulo determinou a abertura de inquérito policial para apurar a inadimplência da empresa com a concessionária Vinci Airport.
Segundo a denúncia da empresa francesa, que administra o aeroporto, a companhia aérea não repassa as taxas de embarque cobradas dos passageiros desde julho do ano passado. No documento, assinado pelo advogado Leonardo Avelar, do escritório Cascione Pulino Boulos, a concessionária destaca que os pagamentos atrasados estão próximos de R$ 10 milhões. A Avianca também não está pagando outras tarifas, como a de pouso, conexões e permanência em pátio. Essas taxas somam mais R$ 2,3 milhões em atraso, de acordo com a queixa da Vinci Airport.
Além da denúncia de crime de apropriação indébita, surgiu mais uma dificuldade para a companhia ontem, data marcada para ocorrer a assembleia de credores. Por falta de quórum, a reunião na qual o plano de recuperação judicial seria votado teve de ser adiada para a próxima sexta-feira.
O problema é que, conforme o tempo corre, a Avianca gasta os recursos que recebeu da Azul como adiantamento de uma possível venda dos ativos. A Azul já pagou R$ 50 milhões, de um total de R$ 412 milhões oferecidos por uma UPI (Unidade Produtiva Isolada) da Avianca, que deverá incluir 28 aviões e 70 slots (autorizações de pouso e decolagem).