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Economia A indústria automobilística espera compensar no mercado brasileiro um grande volume de veículos que deixará de ser exportado por conta da crise na Argentina

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A esperança dos dirigentes do setor é que o segundo semestre traga um clima econômico mais favorável do que o primeiro. (Foto: Divulgação/Acea)

A indústria automobilística espera compensar no mercado brasileiro um grande volume de veículos que deixarão de ser exportados por conta da crise na Argentina. A esperança dos dirigentes do setor é que o segundo semestre traga um clima econômico mais favorável que o primeiro, o que pode levar para as revendas consumidores que têm adiado a troca de carro em razão das incertezas no ambiente político-econômico.

O plano de escoar para o mercado interno parte da produção inicialmente programada para a Argentina exigirá não só ambiente de negócios mais favorável como um esforço adicional da indústria. A nova estimativa da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes e Veículos Automotores) é exportar 450 mil unidades – 140 mil menos que o previsto em janeiro.

A projeção inicial, que já embutia eventuais perdas com a Argentina, indicava uma retração de 6,2% em comparação com os embarques de 2018. O novo cálculo aponta para uma queda de 28,5% na mesma base de comparação. Há poucos dias, a Toyota decidiu encerrar o terceiro turno na fábrica de Sorocaba (SP), apontando a queda das vendas para a Argentina como principal motivo. A medida e o início do processo de desligamento dos funcionários da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo, que será fechada, refletiu-se no nível de emprego do setor. Total de 800 vagas foram fechadas na indústria automobilística em junho.

Em um ano, a crise na Argentina, que absorve 57% das exportações de veículos do Brasil, derrubou a expansão registrada no mercado externo durante o período de crise no Brasil. O volume de vendas ao exterior no primeiro semestre – 221,9 mil unidades – representou queda de 41,5% na comparação com o mesmo período de 2018 e fez a exportação de veículos voltar a nível abaixo de três anos atrás. Como a recuperação do país vizinho não acontecerá tão cedo, na visão dos dirigentes do setor, porque depende, ainda, do resultado da eleição presidencial, em outubro, o remédio é apostar na recuperação brasileira.

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, diz que a entidade aposta nesse “segundo tempo” do ano no país. Por isso, decidiu não mexer na projeção de produção para o ano, de 3,14 milhões de veículos, um aumento de 9% em relação ao volume de 2018. Caso não consiga compensar no mercado interno o que será perdido no externo, a produção tende a não passar de 3 milhões de unidades.

O automotivo mostra, no mercado interno, mais fôlego do que outros setores. A Fenabrave, entidade que representa os concessionários, reclama do excesso de vendas diretas – das montadoras para frotistas e locadoras. Mas Moraes diz que os revendedores têm de se adequar à “tendência mundial de mudanças na comercialização de veículos”.

Anima os fabricantes de veículos o sucessivo crescimento do volume diário de licenciamento de veículos, que passou da média de 9,08 mil unidades em janeiro para 11,74 mil em junho. No mês passado foram licenciados 223,2 mil veículos, um aumento de 10,5% em relação a junho do ano passado. No semestre, as vendas cresceram 12,1% em relação ao mesmo período de 2018.

Na expectativa de que um ambiente econômico mais favorável ajude o setor, a Anfavea decidiu dar uma mãozinha ao governo. Na semana passada, Moraes reuniu-se com o ministro da Economia, Paulo Guedes, para oferecer os especialistas na área de impostos das montadoras para ajudar a discutir propostas para a reforma tributária. “Nosso setor representa hoje o escopo tributário do Brasil. Isso porque importamos, exportamos, temos operações financeiras, enviamos royalties ao exterior e ainda recolhemos impostos municipais, estaduais e federais em distintas regiões”, diz.

A entidade também reuniu-se com o secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, e têm atuado fortemente junto a parlamentares próximos. A indústria automobilística conta com apoio de deputados e senadores de vários Estados porque suas fábricas estão espalhadas em várias regiões do país. Segundo Moraes, não há tempo a perder num momento em que foi definido o acordo comercial entre Mercosul e União Europeia. O entendimento prevê sete anos de troca de produtos em regime de cotas com Imposto de Importação de 17,5% e oito anos subsequentes de redução gradual das alíquotas.

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