Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de setembro de 2020
A Inglaterra vai multar em até 10 mil libras (equivalente a R$ 70 mil) quem testar positivo para covid-19 e não se isolar, disse o secretário de saúde britânico Matt Hancock em entrevista à BBC. A nova regra passa a valer a partir de 28 de setembro. Segundo ele, o país estava enfrentando um “ponto de inflexão e nós temos escolha”.
“Se todos seguirem as regras, poderemos evitar mais confinamento a nível nacional”, acrescentou.
Com a perspectiva de um novo lockdown nacional devido a uma “segunda onda” do coronavírus, o governo britânico está agora considerando proibir que pessoas de domicílios diferentes se encontrem, além de reduzir o horário de funcionamento dos pubs. Questionado se a Inglaterra poderia enfrentar outro confinamento, Hancock disse: “Não descarto, não quero ver (isso)”.
Hancock também disse que a polícia seria chamada caso as pessoas se recusem a se isolar. Ele negou ainda que o governo estava exagerando nas medidas, uma vez que as mortes e as internações hospitalares permanecem relativamente baixas. E acrescentou que ainda havia a esperança de que uma vacina seja produzida este ano. Uma das possibilidades avaliadas atualmente pelo governo britânico é realizar um mini-lockdown de duas semanas, com o objetivo de conter a expansão dos casos.
Nova regra
Na Inglaterra, quem se recusar a se isolar pode ser multado em até 10 mil libras (R$ 70 mil) a partir de 28 de setembro. A nova regra aplica-se a quem testar positivo para o coronavírus ou estiver em contato com alguém que tenha o vírus. Outras medidas anunciadas pelo governo incluem o pagamento único de um auxílio no valor de 500 libras (R$ 3,5 mil) para aqueles com rendimentos mais baixos e uma multa para os empregadores que punirem funcionários que devem se isolar.
As multas vão começar em 1 mil libras, aumentando para 10 mil libras para reincidentes e para “as violações mais flagrantes”. Segundo o primeiro-ministro Boris Johnson, “precisamos fazer tudo o que pudermos para controlar a disseminação desse vírus, para evitar que as pessoas mais vulneráveis sejam infectadas e para proteger o NHS (o sistema de saúde público britânico) e salvar vidas”.
Mais de 19 mil multas já foram emitidas na Inglaterra e no País de Gales por supostas violações das leis do coronavírus, disse o procurador-geral no início desta semana, mas mais da metade não foi paga até agora. No início desta semana, Boris Johnson disse ao tablóide britânico The Sun que “nunca foi muito a favor da cultura sorrateira” e as pessoas deveriam falar com os infratores antes de denunciá-los à polícia.
Por outro lado, Hancock disse que chamaria a polícia se visse seus vizinhos quebrando as regras. Segundo ele, é “absolutamente necessário” romper as correntes de transmissão. Questionado sobre se a resposta do governo foi uma reação exagerada, visto que as taxas de mortalidade por coronavírus ainda são baixas, Hancock disse que o número de internações hospitalares está aumentando e que as mortes tendem a crescer.
Ele disse estar “muito preocupado” com os dados mais recentes que sugerem que o Reino Unido pode estar no mesmo caminho que a Espanha e a França – onde as mortes e hospitalizações estão aumentando – sem uma ação efetiva. “Estou muito preocupado com esta segunda onda”. “Já vimos em outros países que quando a taxa de casos dispara, a próxima coisa que acontece é o número de internações em hospitais”, disse ele.
“Infelizmente, vimos esse aumento, está dobrando a cada oito dias ou mais – pessoas indo para o hospital – então, com um atraso, você vê o número de pessoas morrendo infelizmente aumentando.” Atualmente, grandes áreas do Reino Unido, onde os casos aumentaram, vivem sob restrições locais mais rígidas. O prefeito de Londres, Sadiq Khan, alertou que Londres pode ser a próxima delas.