Quarta-feira, 05 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 30 de outubro de 2018
A sombra política que se avizinha do horizonte brasileiro é de tal dimensão que o STF (Supremo Tribunal Federal) já se mobiliza para preservar os direitos conquistados há muito tempo por negros, gays e mulheres, segundo a colunista Mônica Bergamo, do jornal “Folha de S.Paulo”.
Ministros anteveem a possibilidade de retrocesso em diversos temas. A situação é tão extrema e enseja tanta apreensão que correntes historicamente contrárias dentro da Corte estão, pela primeira vez, unindo-se para resistir às pressões vindas de vários lugares – e que encontram eco no novo governo.
O ministro Luís Roberto Barroso é um dos primeiros a externalizar a convicção. “O Supremo pode ter estado dividido em relação ao enfrentamento da corrupção. Muitos laços históricos difíceis de se desfazerem, infelizmente. Mas em relação à proteção dos direitos fundamentais, ele sempre esteve unido”, afirma.
Em frente
O magistrado diz que sempre houve consenso no tribunal “em favor das mulheres, dos negros, dos gays, das populações indígenas, de transgêneros, da liberdade de expressão”, afirma. “Aliás, esse episódio envolvendo a proibição de manifestação em universidades já sinalizou isso. Por essa razão, não creio que haverá retrocesso”, completa.
Mesma voz
Quando juízes eleitorais ordenaram que a polícia entrasse em universidades para retirar faixas e fiscalizar materiais, Gilmar Mendes e Barroso foram os primeiros integrantes do Supremo Tribunal Federal a se manifestarem a respeito. Os dois quase sempre divergem em matérias criminais.
Bandeira Vermelha
As jovens brasileiras votaram à esquerda do restante do eleitorado nesta eleição. Se dependesse das mulheres que têm entre 16 e 24 anos, Haddad seria presidente com 59% contra 41% dos votos, segundo pesquisa do Datafolha publicada no sábado (27).
Bandeira Amarela
Já entre os homens de mesma idade, Bolsonaro teria 60% contra 40% de Haddad. No total, o capitão reformado teve 55% dos votos, contra 45% do petista.
Palco
O PT discute o papel que dará a Fernando Haddad depois das eleições. Uma das ideias é que ele presida a fundação do partido, estabelecendo diálogo com legendas internacionais de esquerda e também viajando pelo Brasil.
Companheiro
O ex-presidente Lula acompanhou a apuração dos votos que elegeu Bolsonaro ao lado de um dos carcereiros da Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba.Lula disse a um interlocutor que “perder faz parte” e que essa é a oitava disputa de segundo turno de que o PT participou.