Terça-feira, 11 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 8 de setembro de 2018
O presidente Michel Temer reuniu os ministros da Justiça, Torquato Jardim, Segurança Pública, Raul Jungmann, e do Gabinete de Segurança Institucional, Sergio Etchegoyen, no Palácio da Alvorada na noite de sexta-feira (7). A reconstrução do Museu Nacional foi um dos assuntos abordados no encontro. Segundo Jungmann, a Medida Provisória que criará a Lei dos Fundos Patrimoniais será editada no início da próxima semana, conforme tratado na reunião.
A lei definirá a forma de criação e administração do fundo, de natureza privada e destinado a receber recursos para a reconstrução do museu. A meta é repassar recursos a museus sem restrições orçamentárias. Bancos públicos e privados, além de empresas privadas já manifestaram interesse de participar da reconstrução do Museu Nacional, mediante Lei Rouanet. Com isso, o dinheiro repassado ao fundo não terá caráter de doação e voltará às mesmas empresas por meio de isenções fiscais.
O Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão, foi destruído por um incêndio de grandes proporções no dia 2 de setembro.
Início do fogo
Os peritos da Polícia Federal já sabem onde começou o fogo no Museu Nacional. Mas, para evitar especulações sobre a causa da tragédia, ainda não divulgaram o local exato. A hipótese de incêndio criminoso não está descartada pelos investigadores.
O acervo que restou conta com cerca de um milhão de itens, além do que será doado nos próximos meses. Essa parte da coleção, de 20 milhões de peças, não foi destruída pelo incêndio do último domingo (2). Estavam em anexos do Museu que não foram atingidos pelas chamas.
“São coleções de botânica, de vertebrados e de invertebrados, além de biblioteca com 500 mil livros de mais de 150 anos”, disse Cristiana Serejo, vice-diretora do museu.
No esqueleto que está de pé, prossegue o trabalho de mapeamento digital com drones e um scanner 3D. A “esquadrilha” de robôs voadores ganhou o reforço de um equipamento da Coppe/UFRJ (Coordenação dos Programas em Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro). São três drones sobrevoando dentro e fora do museu.
O drone da Coppe será usado na lateral direita e nos fundos do prédio. A intenção é verificar onde pode ter peças que possam ser recuperadas e que sejam resgatadas com precisão quando a entrada nos escombros for liberada pela Polícia Federal e pelo Corpo de Bombeiros.
“Muito material tende a ser preservado. O fato de parte da parede, parte do assoalho terem caído, é para gente uma possibilidade de preservação de algum material. Eu estive lá dentro do palácio. Vi armários cheios. Chegamos a abrir algumas gavetas com acervo. Porém, é um acervo fragilizado”, disse o diretor do Museu Nacional, Alexander Kelner.