Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de junho de 2020
A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou que deve divulgar, “nas próximas 24 horas”, a conclusão de seus estudos sobre a segurança da hidroxicloroquina no combate ao novo coronavírus.
O ensaio clínico com o medicamento no projeto Solidariedade (Solidarity) está suspenso desde 25 de maio, quando a entidade se sustentou em uma pesquisa externa, publicada na revista científica The Lancet, que alertou para os maiores riscos de morte em pacientes que utilizaram a droga.
De acordo com a cientista-chefe da OMS, Soumya Swaminathan, as novas diretrizes sobre a hidroxicloroquina se basearão nos dados da própria organização. A atualização levará em conta as respostas ao medicamento observadas em pacientes do ensaio clínico Solidariedade. No Brasil, a iniciativa é coordenada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
“Consideramos que seja mais importante proteger os pacientes de qualquer risco, e por isso suspendemos temporariamente os testes com a hidroxicloroquina. Precisamos de dados de ensaios clínicos randomizados para chegar a uma conclusão. Ainda estamos avaliando esses dados, e devemos divulgar os resultados nas próximas 24 horas”, afirmou Swaminathan.
Ainda segundo a cientista, um ensaio clínico no Reino Unido prosseguiu com os testes com a hidroxicloroquina porque não encontrou riscos no uso da droga em pacientes da Covid-19. “É preciso gerar dados sobre segurança e eficácia de qualquer um desses tratamentos analisados. É uma nova doença, ainda não temos evidências. Esperamos que os ensaios respondam a essa pergunta (segurança da hidroxicloroquina), pois é muito importante.”
Resposta aos EUA
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, evitou entrar em confronto com os Estados Unidos, mesmo após o presidente Donald Trump anunciar, na última sexta-feira (29), o fim das relações com a entidade. Em rápido pronunciamento sobre o caso, Tedros pediu que os EUA continuem colaborando com a saúde global.
“O mundo se beneficia, há muito tempo, do engajamento forte e colaborativo com o governo e o povo dos Estados Unidos. A contribuição e a generosidade com a saúde global foram imensas ao longo de várias décadas, e fizeram a diferença na saúde pública ao redor do mundo. É um desejo da OMS que essa colaboração continue”, afirmou o diretor-geral.
Segundo Tedros, a entidade só soube do anúncio de Trump por meio dos veículos de comunicação, sem qualquer aviso direto do governo americano.