Sexta-feira, 25 de julho de 2025

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Geral A pandemia afeta a demanda e a oferta por anticoncepcionais

Compartilhe esta notícia:

A gratuidade vai abranger desde as pílulas anticoncepcionais até o exame biológico. (Foto: Reprodução)

A pandemia de coronavírus tem afetado a oferta e a demanda por métodos contraceptivos. Um estudo publicado pelo Fundo de População da ONU (UNFPA), em abril, destacou os impactos da Covid-19 para o planejamento familiar. De acordo com a pesquisa, caso medidas de isolamento durem seis meses nos 114 países de baixa e média renda analisados, incluindo o Brasil, cerca de 47 milhões de mulheres ficarão sem acesso aos chamados contraceptivos modernos, o que pode resultar em 7 milhões de gestações não intencionais.

Especialistas apontam que, apesar de ainda não existirem pesquisas comprovando a dimensão desse impacto no país, ele tem sido notado pelos profissionais durante os meses de isolamento. Por um lado, há o direcionamento dos recursos da saúde para o tratamento de casos de Covid-19, resultando em menos profissionais e investimento para a área da saúde sexual e reprodutiva. Por outro, algumas pessoas têm medo de acessar os serviços que continuam disponíveis e se expor à possível contaminação pelo vírus.

“Esses dois fatores fragilizam muito a oferta e a demanda de métodos contraceptivos. Sabemos que para o planejamento familiar é importante a continuidade, então esse cenário pode resultar em muitas gravidezes não intencionais”, alerta Astrid Bant, representante do UNFPA no Brasil.

A ginecologista Ilza Maria Urbano Monteiro, vice-presidente da Comissão Nacional de Anticoncepção da Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), concorda:

“De acordo com os relatos de médicos e pacientes, a sensação é que há uma redução na oferta de médicos para esse atendimento no serviço público. No privado, em alguns casos há a preocupação da própria mulher que evita ir à clínica pelo medo de se contaminar”, diz.

Bant aponta ainda que, a cada dia, jovens estão iniciando sua vida sexual ativa e é importante que eles estejam protegidos.

“É difícil fazer com que os jovens tenham suas primeiras relações protegidas porque, muitas vezes, elas não são planejadas. Nesse momento, os jovens que nunca acessaram esse serviço de saúde, e que agora querem acessar anticoncepcionais mas não conseguem, são um grupo muito vulnerável para a gravidez indesejada”, avalia.

A representante do  Fundo de População da ONU defende que o acesso à saúde sexual e reprodutiva é um direito fundamental do ponto de vista do controle do corpo e sexualidade de cada pessoa e de cada casal e que também é importante para que os jovens possam investir em sua economia pessoal e se inserir na sociedade de forma mais preparada. Além disso, acrescenta que, ao diminuir as taxas de gravidez não planejada, caem também os índices de mortalidade materna.

“A contracepção salva vidas. A mortalidade materna está muito presente em lugares onde há pouco acesso à contracepção. Cada gravidez não planejada também é um perigo de vida para a mulher. Ela pode desviar uma vida que está indo em uma direção para outra muito mais difícil”, afirma Astrid Bant.

Ilza Monteiro acrescenta que, durante a pandemia, a gravidez indesejada é ainda mais complicada, uma vez que ainda não são conhecidas todas as implicações de uma possível contaminação pelo coronavírus durante a gestação.

“É uma doença nova, então ainda não sabemos o que pode ou não acontecer. Além disso, a grávida tem risco de complicações da doença por ter o sistema imunológico rebaixado. Não é proibido, mas quem puder evitar a gravidez nesse momento, vai do bom senso”, explica a ginecologista.

Métodos contraceptivos

Monteiro defende a importância de que as opções de contraconcepção sejam conhecidas por todos. Além dos preservativos masculinos e femininos — que também protegem contra as doenças sexualmente transmissíveis —, hoje existem diversas opções de contraceptivos conhecidos como modernos.

A médica explica que entre os métodos combinados, que utilizam dois tipos de hormônios, existem o injetável, aplicado todo mês, o anel vaginal, o adesivo e a pílula anticoncepcional.

“Essas quatro vias de administração de métodos combinados fazem com que não ocorra a ovulação e a mulher não engravide. Todos são altamente eficazes e, se usados de forma correta, a média é que a cada mil mulheres que usam ao longo de um ano, três engravidem”, afirma.

No entanto, Ilza Monteiro pondera que estudos mostram uma taxa de falha maior no uso desses métodos, uma vez que dependem que as pessoas façam a utilização correta e não esqueçam ou atrasem as doses.

Existem também os anticoncepcionais de longa ação, que só precisam de revisões regulares, como o dispositivo intrauterino (DIU) hormonal ou de cobre e o implante.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Geral

Bolsonaro anuncia sanção da medida provisória que permite reduzir a jornada de trabalho e o salário durante a pandemia
O ator José de Abreu é condenado por postagem ofensiva contra hospital
https://www.osul.com.br/a-pandemia-afeta-a-demanda-e-a-oferta-por-anticoncepcionais/ A pandemia afeta a demanda e a oferta por anticoncepcionais 2020-07-06
Deixe seu comentário
Pode te interessar