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Rio Grande do Sul A pandemia de coronavírus causou uma queda de 44% nos transplantes em hospitais gaúchos

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Procedimento ainda encontra empecilhos por parte das famílias de doadores. (Foto: EBC)

Motivada pelas restrições de atividades no âmbito do combate à pandemia de coronavírus, a redução do contingente de doadores para transplantes levou a uma redução geral de 44% no número de cirurgias desse tipo nos hospitais do Rio Grande do Sul. Foram 756 operações entre janeiro e agosto, contra 1.344 no mesmo período do ano passado. A estatística abrange tanto os procedimentos envolvendo órgãos quanto tecidos.

Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (25) pela SES (Secretaria Estadual da Saúde). No caso dos transplantes de órgãos (coração, pulmão e fígado, por exemplo), a baixa foi de 24%, ao passo que para os tecidos (como córnea, osso e pele), a retração foi de 54%.

A coordenadora da Central de Transplantes do Rio Grande do Sul, Sandra Coccaro, atribui a queda de doadores e transplante a aspectos como a necessidade de se garantir a qualidade dos órgãos e tecidos doados em meio a um cenário inicial onde ainda não havia informações suficientes sobre a pandemia e nem testes e diagnósticos mais abrangentes. Com isso, os critérios acabavam sendo mais restritivos.

Ela menciona que os pacientes com morte cerebral eram excluídos automaticamente da condição de doadores se nos dias anteriores ao óbito apresentassem sintomas gripais ou tivessem contato com pessoas sintomáticas ou com viagem recentes a países apontados como focos da Covid.

Essa situação começou a mudar a partir do momento em que se começou a aplicar testes de biologia molecular como o “RT-PCR” nos possíveis doadores, ainda que não houvesse exames para todos, principalmente no interior do Estado.

Além disso, o Ministério da Saúde definiu nos primeiros meses da pandemia um período de 24 horas de validade do resultado desse exame, para fins de doação de órgãos.

A exigência inviabilizou um número significativo de doações, pois o Laboratório Central do Rio grande do Sul, em Porto Alegre, precisa de até três dias para rodar os exames, mais o tempo entre o registro da morte encefálica e o transporte da coleta até o laboratório.

Foram várias etapas até se chegar ao momento atual, em que há disponibilidade completa de testes por meio do Laboratório Central e de estruturas próprias dos hospitais que realizam a captação de doadores.

Resistência

Agora, passados seis meses desde o começo da pandemia no Rio Grande do Sul, o maior empecilho voltou a ser um antigo conhecido da medicina: a recusa familiar, principalmente no interior do Estado.

As famílias se mostram resistentes em esperar a coleta do exame chegar a Porto Alegre, o teste ser rodado e depois realizar a retirada dos órgãos, para que só então o corpo seja liberado.

“Com a recente chegada de um novo equipamento automatizado ao Laboratório Central, o tempo de resposta dos exames deve ficar mais ágil, assim como os procedimentos envolvendo transplantes de órgãos”, projeta a coordenadora da Central.

Para marcar o chamado “Setembro Verde”, mês alusivo à importância da doação de órgãos e tecidos, a Central de Transplantes lançou a campanha “De setembro a setembro”. A ideia é reforçar esse tema com a população de forma contínua, com ações em redes sociais da SES e órgãos parceiros.

“É necessário que as pessoas conversem em família sobre doação de órgãos e se declarem doadoras, já que o procedimento só é possível com o consentimento familiar”, destaca Sandra.

(Marcello Campos)

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