Quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de abril de 2018
Os britânicos já podem comprar Viagra sem a necessidade de receita médica em farmácias do Reino Unido. A medida vale a partir deste mês. No Brasil, no entanto, ainda é necessário apresentar o documento, embora seja possível comprar o medicamento sem a prescrição, pois a farmácia não precisa reter a receita.
As autoridades sanitárias britânicas anunciaram a decisão há alguns meses com a intenção de reduzir a venda ilegal do produto pela internet. Segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira), o Viagra é um dos remédios mais falsificados do Brasil.
O sildenafila, comercializado com o nome de Viagra pela farmacêutica Pfizer, pode ajudar os homens com disfunção erétil a manter uma ereção para ter uma relação sexual satisfatória.
Revolução
Há 20 anos uma pequena pílula azul em forma de losango virava uma verdadeira sensação. O Viagra permitiu que milhões de homens voltassem a ter relações sexuais e expôs ao mundo a questão da impotência sexual, um grande tabu.
Mas esta revolução sexual ignorou as mulheres que sofrem de disfunção e perda de libido. Estas ainda estão à espera de uma cura milagrosa que também lhes permita retornar a uma vida sexual gratificante, apontam os especialistas.
Cerca de 65 milhões de prescrições de Viagra, fabricado pelo laboratório americano Pfizer, foram emitidas em todo o mundo. O medicamento foi aprovado pela FDA (Food and Drug Administration) americana em 27 de março de 1998, tornando-se o primeiro comprimido a ajudar os homens a ter uma ereção.
Os benefícios deste blockbuster milagroso foram elogiados nos programas de televisão, nos jornais e revistas. Sua comercialização coincidiu com a ascensão da internet e a explosão da pornografia online.
O léxico do marketing também mudou: não é mais uma questão de “impotência masculina”, mas de “disfunção erétil”, uma condição médica que agora pode ser tratada.
O senador republicano Bob Dole, um veterano e candidato à presidência dos Estados Unidos em 1996, tornou-se seu primeiro embaixador na televisão, admitindo seus próprios medos ao mundo.
“É um pouco embaraçoso para mim falar sobre DE (‘disfunção erétil’), mas é muito importante para milhões de homens e suas parceiras”, explicou.
A estratégia que funcionou. Antes do Viagra, as conversas sobre disfunção erétil eram “embaraçosas” e “difíceis”, lembra Elizabeth Kavaler, uma urologista do Hospital Lenox Hill, em Nova York.
“Hoje, a sexualidade de um modo geral é um assunto muito presente”, explica. “Tornou-se um elemento previsível em nossas vidas à medida que envelhecemos, e tenho certeza que o Viagra desempenhou um grande papel”, acrescenta ela.
“Higiene diária”
Para Louis Kavoussi, diretor do Departamento de Urologia do grupo Northwell Health, o Viagra teve um impacto semelhante ao dos antibióticos no tratamento de infecções ou das estatinas na luta contra doenças cardíacas.
“Foi a droga perfeita para anunciar aos consumidores – era uma espécie de remédio para o estilo de vida”, diz ele.
O Viagra, ou citrato de sildenafil, foi desenvolvido para tratar hipertensão e angina pectoris. Mas a partir dos primeiros testes clínicos, os homens descobriram rapidamente um efeito inesperado: a melhora de suas ereções.
De U$S 15 por unidade no início, o preço subiu para mais de U$S 50 dólares. Com o lançamento no ano passado de uma versão genérica, o preço caiu para apenas U$S 1.
Em 2000, o famoso programa de humor Saturday Night Live até encenou um quadro com o ator Christopher Walken parodiando uma propaganda.