Sábado, 01 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 3 de outubro de 2020
A Petrobras informou que, por meio de sua controlada indireta Petrobras Uruguay Sociedad Anónima de Inversiones (Pusai), acertou a venda da totalidade de sua participação na Petrobras Uruguay Distribuición S.A. (PUDSA), no Uruguai, para o Grupo Disa por US$ 61,70 milhões.
O valor será pago em duas parcelas. A primeira de US$ 6,17 milhões na assinatura do contrato e a segunda de US$ 55,53 milhões no fechamento da transação.
Segundo a Petrobras, a operação está alinhada à estratégia de otimização do portfólio e melhoria de alocação do capital da companhia, passando a concentrar cada vez mais os seus recursos em ativos de classe mundial em águas profundas e ultraprofundas, onde tem demonstrado grande diferencial competitivo.
Aniversário
O aniversário de 67 anos da Petrobras nesse sábado (3) foi marcado por uma série de manifestações promovidas por sindicatos representantes de empregados da empresa filiados à Federação Única dos Petroleiros (FUP). Às 15 horas aconteceu um ato virtual ‘Pela soberania nacional, em defesa do povo brasileiro’, com a presença dos ex-presidentes petistas Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff. Uma faixa com o dizer ‘Petrobras Fica – se você deixar, vai acabar’ foi estendida nos Arcos da Lapa, no Centro do Rio, próximo à sede da empresa.
As manifestações são, principalmente, contra a venda de ativos da companhia, que está concentrando sua atuação em campos produtores de petróleo e refinarias do Rio de Janeiro e São Paulo. Essa estratégia levou parlamentares e governadores a articularem a campanha ‘Petrobras, Fica’, pela manutenção da empresa em outras regiões do País, algumas delas com suas economias dependentes da estatal.
O Supremo Tribunal Federal autorizou a petrolífera a vender refinarias sem se submeter ao Congresso. As mesas do Senado e do Congresso haviam contestado essa postura, com o argumento de que ela fere a Constituição. O STF derrubou ação direta de inconstitucionalidade, que questionava o direito dado à Petrobras de comprar bens e serviços para projetos de exploração e produção de petróleo e gás e vender ativos sem licitação, nas mesmas condições da iniciativa privada.
A FUP, em comunicado, destaca que a venda de ativos e adequação de portfólios faz parte da realidade de qualquer empresa. Mas, no caso da Petrobras, segundo a entidade, o programa de desinvestimento acelerou nos últimos anos, enquanto o orçamento retornou ao patamar de 2005.
Já o número de empregados foi reduzido em 32,7%, de dezembro de 2013 a dezembro de 2019. Entre os terceirizados, a baixa foi de 273,15 mil, segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). “A Petrobras, que é uma empresa brasileira, que opera, investe e emprega de norte a sul do País, está virando uma companhia que opera só no Rio de Janeiro e São Paulo, situação que vai piorar com a venda das refinarias. O que vai sobrar da gigante Petrobras?”, afirma Deyvid Bacelar, coordenador geral da FUP, no comunicado.