Sexta-feira, 07 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de agosto de 2019
Nessa segunda-feira, a 3ª DP (Delegacia de Polícia) de Pelotas (Região Sul do Estado) deflagrou a segunda fase da operação Calote, que investiga uma organização criminosa responsável por aplicar golpe milionário em empresas de diversos segmentos em todo o País. Os agentes cumpriram cinco ordens judiciais, sendo dois mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva nos bairros Centro e Areal. O saldo foi de três algemados.
A apuração começou em abril deste ano. Já no mês seguinte, após a prisão em flagrante de outros três indivíduos, a Polícia Civil gaúcha se concentrou na análise de materiais apreendidos com os investigados e que se mostrariam fundamentais para se chegar até os demais integrantes do esquema.
Como funcionava o esquema
O grupo criava empresas de fachada e, com a ajuda de um contador, forjavam demonstrativos contábeis por pelo menos três anos, dando um ar de legalidade às empresas de fachada, e fazendo com que as vítimas liberassem compras a prazo.
Em Pelotas, os criminosos disponibilizavam diversos endereços para o recebimento de produtos que, depois, eram vendidos a pessoas físicas e empresas. A corporação estima em pelos menos R$ 2 milhões o montante de prejuízo causado a empresas de alimentação, produtos musicais, ferramentas e móveis, dentre outros.
Os agentes avaliam que a segunda fase da Operação foi fundamental para demonstrar que os criminosos desenvolviam um planejamento detalhado e a longo prazo para prosseguir cometendo os crimes. A 3ª DP de Pelotas não descarta a hipótese de que eles mantivesse receptadores habituais.
“Esse tipo de crime causa um impacto gigantesco na economia de muitos estabelecimentos”, acrescenta a unidade. “A retirada dos criminosos de ação é ao menos um alento aos empresários, que devem ser cada vez mais criteriosos ao fazer vendas.”
Segundo a Polícia, a palavra “arara” é utilizada para definir o crime em que os estelionatários criam diversos CNPJs em nomes de laranjas com o fim específico de aplicar determinado tipo de golpe. Segundo o delegado, as investigações continuam para apurar se outras pessoas faziam parte da organização. “Não descartamos também que eles tinham receptadores habituais”.
Vítimas eram alvo de chacota
Ainda segundo a Polícia, o grupo criminoso contava inclusive com um grupo na rede social WhatsApp, denominado “Araras Clube” e cuja finalidade era auxiliar na logística dos crimes. Em algumas conversas obtidas mediante autorização judicial, os investigadores constataram que os responsáveis pelos golpes chegavam a debochar dos empresários que caíam na armação.
(Marcello Campos)