Sábado, 18 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 12 de janeiro de 2020
Agentes da Polícia Civil de Minas Gerais admitiram que está sendo apurada a hipótese de que a contaminação da parte de um lote da cerveja “Belorizontina Pilsen” tenha sido causada por sabotagem. O suspeito seria um ex-funcionário da Backer, fabricante da bebida, e contra o qual há um boletim de ocorrência registrado pela empresa há quase um mês, por ameaça. Essa linha investigativa, no entanto, ainda não teria encontrado evidências suficientes para uma acusação.
Nos últimos dias, ao menos dez pessoas foram diagnosticadas na capital mineira com sintomas de síndrome nefroneural, supostamente causados por ingestão da bebida contaminada com a substância tóxica dietilenoglicol, utilizada em processos industriais como o de resfriamento. Um dos pacientes, um homem de 55 anos, morreu.
Um laudo preliminar elaborado pelo Instituto de Criminalística de Minas Gerais apontou a presença do composto químico em amostras da cerveja. A Backer, no entanto, contesta o resultado da análise, negando utilizar a substância em qualquer etapa do processo de fabricação da “Belorizontina Pilsen” ou de quaisquer outros produtos, e promete apresentar um relatório independente.
Força-tarefa
Um grupo especial foi montado para esclarecer a ocorrência dos dez casos da síndrome nefroneural na capital do Estado. Participam da força-tarefa integrantes da própria Polícia Civil, Secretaria de Saúde de Minas Gerais, Vigilância Sanitária, ministérios da Saúde e da Agricultura, além do Ministério Público.
Dentre as medidas adotadas está a interdição da Backer pelo Ministério da Agricultura, na última sexta-feira. Também foram apreendidos 16 mil litros da bebida dentro da empresa e recolhido todo o produto que já estava em pontos-de-venda.