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Brasil A polícia de Brasília vê indícios de que estudantes que criavam uma naja reproduziam cobras para tráfico

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Cobra naja que picou estudante em Brasília faz ensaio fotográfico no zoológico. (Foto: Ivan Mattos/Zoológico de Brasília)

A Polícia Civil apontou indícios de que os estudantes envolvidos na criação da naja resgatada esta semana, no Distrito Federal, reproduziam cobras em cativeiro para um suposto esquema de tráfico de animais. Durante uma operação no sábado (11), policiais apreenderam uma estufa e areia que seriam usadas para acomodar ovos de serpentes.

Os objetos estavam em um apartamento desocupado, no Guará II, que pertence ao pai de um dos amigos de Pedro Henrique Krambeck. O estudante de medicina veterinária foi internado na última terça-feira (7) após ser picado por uma naja que ele mantinha em casa.

Segundo o delegado William Andrade, que investiga o caso, a suspeita é que a naja que picou o estudante tenha nascido em cativeiro devido ao padrão de cor natural alterado.

“Mesmo um animal legalizado não pode reproduzir, só com licença. E o fato de que encontramos materiais de reprodução traz indícios de comércio ilegal desses animais.”

Segundo um analista ambiental ouvido pela reportagem, a reprodução sem controle de órgãos autorizados implica riscos. Na estimativa da corporação, a naja apreendida vale até R$ 20 mil no comércio ilegal.

Os três estudantes investigados no esquema de tráfico de animais são de classe média e classe média alta. Eles estudam medicina veterinária em uma instituição particular do Gama. Agora, segundo a polícia, o grupo deve ser indiciado.

“O indiciamento será feito ao final para apurar a responsabilidade de cada membro dessa possível organização criminosa.”

Riscos na reprodução

A reprodução de cobras em cativeiro precisa de autorização de órgãos ambientais. Para o analista do Ibama Roberto Cabral, o risco do manejo de espécies de serpentes sem autorização é “muito pior do que o de tráfico internacional”.

“A gente não sabe ainda se o animal que estavam tentando reproduzir era a naja ou qualquer outro tipo de serpente que eles detinham”, explica o especialista.

“Quando tem uma reprodução doméstica, o risco é muito pior para o meio ambiente e para a saúde pública, porque o ponto de contaminação agora pode estar dentro do Brasil.”

A naja resgatada do cativeiro é considerada uma das espécies mais venenosas do mundo. A serpente é nativa da África e da Ásia, e até então não havia registro no Brasil.

Outras cobras

No fim de semana, os investigadores também encontraram uma jiboia da espécie arco-íris, além de um casco de tatu e peles de cobra no imóvel no Guará.

Desde que Pedro Henrique foi picado pela naja, ao todo, 28 cobras de espécies exóticas e peçonhentas foram apreendidas no DF. Uma das testemunhas ouvidas pelos policiais contou que 16 delas foram deixadas no haras, em Planaltina, por um amigo de Pedro Henrique, após o acidente.

As serpentes foram encontradas pela polícia e por agentes de órgãos ambientais em casas no Guará, Sobradinho, Taguatinga, Brazlândia e Planaltina. Os animais estavam em situação de “maus-tratos”, sem ventilação e em ambiente inadequado, segundo a PCDF.

Estudante picado

A cobra da espécie naja que picou o estudante de medicina veterinária Pedro Henrique Krambeck foi encontrada na noite de quarta-feira (8) perto de um shopping no Lago Sul. O local fica a 14 km de distância do prédio onde mora o jovem, na região do Guará.

O estudante, de 22 anos, permanece internado em um hospital particular do Gama. Na sexta (10), o Ibama multou Pedro Henrique em R$ 2 mil, por criar o animal sem autorização. Segundo a polícia, as investigações apontam que ele é o dono da naja e das outras 16 serpentes.

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