Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 19 de novembro de 2018
Um inquérito foi aberto pela Polícia Civil para apurar crimes supostamente praticados pelo deputado federal Freire Júnior (MDB). O parlamentar está sendo investigado por parcelamento irregular do solo e estelionato. Os crimes teriam sido cometidos a partir da venda de lotes em um condomínio fechado na zona rural de Palmas.
Os crimes teriam acontecido no ano de 2013, mas começaram a ser investigados agora após um requerimento do Ministério Público. A investigação está sendo feita pelo delegado Cassiano Oyama, do 1º DP de Palmas.
De acordo com o delegado, uma empresa do deputado teria feito o parcelamento irregular de uma área na zona rural de Palmas e começado a vender os lotes. O projeto teria oferecido obras de infraestrutura no local, mas não cumpriu o contrato.
Além disso, o contrato apontava a empresa do deputado como dona do imóvel. Porém, de acordo com as investigações, o terreno pertence a outras pessoas.
Deputado diz que recebeu dinheiro de operador de esquema de Cabral
O deputado estadual fluminense Chiquinho da Mangueira (PSC) confirmou à Polícia Federal que recebeu dinheiro vivo de Sérgio de Castro Oliveira, o “Serjão”, apontado como operador financeiro do esquema de corrupção atribuído ao ex-governador Sérgio Cabral (MDB). O parlamentar, preso desde 8 de novembro na Operação Furna da Onça sob suspeita de receber um “mensalinho” do grupo do emedebista, negou que o repasse fosse exatamente uma mesada. Ele afirmou que o dinheiro era destinado à Mangueira, com dificuldades de caixa.
“Tratava-se de uma ajuda de um colaborador mangueirense para auxiliar nas despesas na Escola de Samba Mangueira, que atravessava momentos difíceis”, disse. “Essas ajudas, que não eram mensais, eram de duas formas: em espécie para pagamentos de despesas com o carnaval e outras despesas eram pagas pelo próprio Serjão diretamente, todas relacionadas às despesas de carnaval.”
Chiquinho declarou que “nunca recebeu dinheiro em conta corrente, sua e de sua mãe”. O deputado, no entanto, afirmou que a mãe “pode ter recebido alguma quantia” em sua ausência.
Segundo o deputado, o motivo dos pagamentos eram “despesas relacionadas ao carnaval”. “Cabral também é mangueirense”, afirmou.
A Furna da Onça mira um esquema de corrupção, lavagem de dinheiro e loteamento de cargos públicos e mão de obra terceirizada em órgãos da administração estadual que teria movimentado R$ 54,5 milhões.
Os parlamentares investigados votariam de acordo com os interesses do ex-governador Sérgio Cabral, na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), e, em troca, receberiam “mensalinhos”, que podiam chegar a R$ 900 mil, e o direito de nomear apadrinhados para cargos em órgãos como o Detran-RJ e a FIA (Fundação da Infância e a Adolescência), e em empresas terceirizadas.
Chiquinho da Mangueira e outros deputados tiveram a custódia temporária convertida em preventiva pelo desembargador Abel Gomes na semana passada. Em delação, Serjão relatou que parte da propina de R$ 3 milhões teria sido repassada ao deputado entre dezembro de 2013 e fevereiro de 2014 “em atendimento, por Sérgio Cabral, a um pedido de Chiquinho para financiar o desfile de 2014, o primeiro carnaval à frente da Mangueira”.
O parlamentar afirmou que assumiu a presidência da Mangueira em 2013. “Não se recorda do valor, mas foi de aproximadamente de R$ 2 a 3 milhões, patrocinado por uma empresa de Eike Batista”, disse.
No fim do depoimento, Chiquinho da Mangueira afirmou que se comprometia, “se assim for necessário, permitir a quebra de sigilo bancário e fiscal”. “Seu patrimônio consiste em dois carros e um quarto dos imóveis recebidos por herança”, relatou.