Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 12 de setembro de 2018
A PF (Polícia Federal) pretende abrir um segunda linha de investigação para explorar as circunstâncias em que aconteceu o atentado ao candidato à Presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) em Juiz de Fora (MG), na quinta-feira da semana passada. Isso deve ocorrer porque terminará nas próximas semanas o inquérito que se concentra na autoria do crime.
O foco, até agora, é o desempregado Adélio Bispo de Oliveira, 40 anos, foi preso em flagrante logo após desferir uma facada no parlamentar. Como ele já está preso, o prazo para que a denúncia seja oferecida à Justiça é menor que o usual.
O auto de apreensão das buscas realizadas no quarto da pensão onde o esfaqueador vivia indica que a PF apreendeu um cartão de crédito internacional do Itaú, dois cartões da Caixa Econômica Federal (um de conta-corrente e outro de poupança), além de extratos dos dois bancos em nome dele. Também foi encontrado um recibo no valor de R$ 430.
Fontes ligadas ao inquérito relataram que a PF pedirá a quebra de sigilo bancário dessas contas, na tentativa de descobrir de onde vem o dinheiro de Oliveira e o crédito para manter esses cartões. Oliveira passou por 12 empregos nos últimos sete anos, não permaneceu mais de três meses em nenhum deles, e estava sem ocupação formal quando atacou o candidato.
Uma das hipóteses é que ele teria um financiador que poderia estar vinculado ao atentado a Bolsonaro. Até o momento, porém, o material periciado e as pessoas interrogadas pela PF apontam que Oliveira agiu sozinho no atentado contra o presidenciável.
Caso o segundo inquérito seja aberto pela PF, ele também deve ser conduzido pela equipe de Minas Gerais que segue à frente das investigações sobre Oliveira. O material coletado nas apurações da investigação do flagrante, como a quebra dos dados bancários, devem ser usados juntamente com outras informações na abertura dessa nova investigação.
Lan house
Autor do ataque a Bolsonaro, Adélio Bispo de Oliveira, usou computadores de uma lan house em Juiz de Fora por mais de uma semana antes de dar uma facada no presidenciável. Desde a última segunda-feira, a PF está com seis HDs de computadores da lan house que foram apreendidos e passarão por análise pericial.
Fontes da investigação relataram que o próprio dono do local entrou em contato com a Polícia ao reconhecer o cliente e que ele está colaborando com a investigação. Oliveira usou os computadores de 28 de agosto e 6 de setembro, data em que praticou o atentado contra Bolsonaro.
Causou estranheza aos investigadores Oliveira frequentar diariamente uma lan house, já que na pensão onde ele vivia também foi apreendido um notebook que pertencia a ele.
Na quinta-feira, Oliveira deu uma facada em Jair Bolsonaro durante um ato de campanha em Juiz de Fora, Minas Gerais. Ele foi preso no mesmo local e levado no sábado para um presídio federal de segurança máxima no Mato Grosso do Sul.