Quinta-feira, 20 de novembro de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2019
A PF (Polícia Federal) e o MPF (Ministério Público Federal) cumpriram nesta terça-feira (29) mandados de busca e apreensão em 11 endereços de familiares e pessoas ligadas a Paulo Vieira de Souza.
A investigação buscava indícios de lavagem de dinheiro praticada pelo ex-diretor da Desenvolvimento Rodoviário S/A, também conhecido como Paulo Preto. O desdobramento da Operação Lava-Jato chamada de Pasalimani realizou buscas na cidade de São Paulo, em Taubaté (interior paulista), Ubatuba (litoral norte), Taboão da Serra (região metropolitana) e Itapetininga (interior).
O nome da operação, Pasalimani, faz referência à baía grega (Baía de Zea ou Pasalimani), na qual, segundo o MPF, foram disputadas as primeiras provas de natação das Olimpíadas modernas, em 1896. “O principal investigado, Paulo Vieira de Souza, é notório praticante de triatlo, modalidade composta por natação, corrida e ciclismo”, diz a Procuradoria.
Paulo Preto já foi condenado a mais de 145 anos de prisão pela Justiça Federal pela atuação no desvio de verbas públicas e a 27 anos de prisão por ter ajudado na formação de um cartel para fraudar obras viárias no Estado de São Paulo. Ele responde a outro processo na Justiça Federal por corrupção e lavagem de dinheiro.
Segundo a investigação da Operação Lava-Jato, o cartel, no qual Vieira teve papel decisivo a partir de 2007, teria eliminado a concorrência nas licitações do Rodoanel Sul com a participação de 18 construtoras. O MPF pede na ação o ressarcimento de R$ 521 milhões e a devolução de R$ 21 milhões que Vieira e outros agentes públicos teriam recebido como propina.
Em junho, a Justiça Federal determinou o bloqueio dos bens de Vieira. Em sua decisão, o juiz determinou o sequestro de dois imóveis [a mansão no condomínio Iporanga, no Guarujá, e um apartamento no condomínio Marina VI, em Ubatuba] e da lancha Giprita III, de propriedade da empresa P3T Empreendimentos e Participações, que foi criada em 2014 por Paulo Preto.
Lavagem de dinheiro
Em junho deste ano, a força-tarefa Lava-Jato no Paraná apresentou nova denúncia contra Paulo Preto, ex-diretor da Dersa, empresa estatal paulista de construção e manutenção de rodovias. Ele é acusado de lavagem de dinheiro de US$ 400 mil em 2016.
Paulo Preto está preso em Curitiba (PR) desde fevereiro, quando foi deflagrada a 60º fase da Operação Lava-Jato. Em março, ele já foi condenado a 145 anos de prisão por fraude nas obras do Rodoanel Sul em São Paulo, acusado dos crimes de peculato, associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema público.