Quarta-feira, 07 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 31 de março de 2021
A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta quarta-feira (31) a Operação “Et Caterva” para desarticular uma suposta organização criminosa especializada em aplicar fraudes no auxílio emergencial e em precatórios judiciais. Segundo a corporação, o grupo teria sacado cerca de 1.570 benefícios pagos em razão da pandemia da covid-19, com prejuízo estimado de 1,3 milhão de reais. Além disso, os investigados teriam levantado ilegalmente mais de 13 milhões de reais em requisições de pagamento expedidas pela Justiça.
Mais de 260 gentes foram mobilizados para o cumprimento de 12 mandados de prisão (quatro preventivas e oito temporárias), 77 mandados de busca e apreensão e sequestro de bens e, ainda, nove medidas de suspensão do exercício da função pública. Os mandados foram expedidos pelo Juiz da 5ª Vara Federal da Seção Judiciária de Cuiabá (MT).
A ação teve o apoio da Caixa Econômica Federal, sendo que o grupo investigado é composto por um número significativo de pessoas, dentre elas advogados e funcionários públicos.
“Inicialmente as fraudes eram perpetradas buscando o recebimento indevido de precatórios judiciais, os quais, após os desvios orquestrados pela organização criminosa, eram destinados a terceiros partícipes do esquema. Tais ações resultaram no levantamento ilegal de mais de R$ 13 milhões em precatórios judiciais, além de mais de R$ 2,7 milhões em tentativas de saques em várias regiões do país”, informou a PF.
“A organização criminosa cooptou servidores de instituição bancária, os quais forneciam informações sobre precatórios à disposição para saque, sendo que também foi constatada a participação de servidor do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso.”
Ainda segundo a PF, o “esquema criminoso se dava com a confecção de documentos falsos, os quais eram forjados com os dados dos beneficiários dos precatórios e as fotografias dos estelionatários, que se dirigiam ao banco para realizar os saques dos valores. Uma vez efetuado o levantamento do precatório, o montante era pulverizado em diversas contas, com o intuito de ocultar a origem ilícita”.
“Após a interrupção temporária do pagamento de precatórios pela Caixa em 2020, a organização criminosa passou a cometer fraudes em detrimento de parcelas do Auxílio Emergencial. Restaram efetuados aproximadamente 1.570 saques de benefícios, entre os meses de abril de 2020 e março de 2021, resultando em um prejuízo superior a R$ 1,3 milhão”, informou a corporação.
O nome da Operação, “Et Caterva”, se trata de expressão em latim, “utilizada de forma pejorativa, que denota a ideia de um grupo de comparsas, visto que a investigação identificou um grupo de pessoas que se uniram no propósito de cometer os delitos desarticulados”, disse a PF.