Quinta-feira, 23 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de abril de 2018
O delegado da PF (Polícia Federal) Cleyber Malta Lopes pediu na quinta-feira (26) a prorrogação por mais 60 dias do inquérito que investiga o presidente Michel Temer, aliados dele e empresas do setor portuário. O pedido foi motivado principalmente pela análise que ainda tem de ser feita da quebra do sigilo bancário do presidente Michel Temer. E também para analisar o material colhido na Operação Skala, que prendeu amigos do presidente e empresários do setor do portos.
No último dia 27 de fevereiro, o ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso no STF (Supremo Tribunal Federal), já havia concedido uma prorrogação por 60 dias. Agora, Barroso enviou o pedido de prorrogação para análise da PGR (Procuradoria-Geral da República). Ele decidirá depois de receber o parecer da PGR.
O inquérito investiga se Temer editou um decreto no ano passado para beneficiar empresas do setor em troca de propina. Amigos do presidente chegaram a ser presos no fim março em razão dessa investigação. Temer nega que o objetivo da medida tenha sido favorecer empresas.
O inquérito foi aberto no ano passado, com base nas delações do empresário Joesley Batista, dono do grupo J&F-Friboi, e de Ricardo Saud, ex-executivo do grupo. Desde então, as investigações foram aprofundadas. Ex-assessores do presidente foram presos, assim como empresários do setor de portos. Temer teve o sigilo bancário quebrado .
Depoimento de filha
A Polícia Federal marcou para 2 de maio o depoimento de uma das filhas do presidente Michel Temer, Maristela Temer, nas investigações da Operação Skala, que apura as suspeitas de corrupção envolvendo Temer e empresas do setor portuário.
As suspeitas dos investigadores é de que uma reforma na casa de Maristela tenha sido utilizada para lavar dinheiro de propina destinada a Temer.
As suspeitas vieram à tona depois que fornecedores que trabalharam na obra da casa da filha do presidente, localizada na Zona Oeste de São Paulo, admitirem que receberam pagamentos em dinheiro vivo da mulher do coronel da reserva da PM José Baptista Lima Filho, apontado por delatores como intermediador de propina para o presidente. Maristela deverá ser ouvida pelo delegado da Polícia Federal Cleyber Malta Lopes, responsável pelo inquérito dos Portos, em São Paulo.
“Irresponsável e mal intencionado”
Na sexta-feira (27), Michel Temer fez um pronunciamento para rebater as suspeitas de lavagem de dinheiro. O presidente disse que só um “irresponsável e mal intencionado ousaria tentar incriminá-lo”:
“Qualquer contador, qualquer pessoa de bem, qualquer professor de matemática, consegue concluir que ao longo do tempo eu obtive recursos suficientes para comprar os imóveis que comprei e reformar os imóveis que reformei. Só um irresponsável, mal intencionado, ousaria tentar me incriminar, a minha família, meu filho de 9 anos de idade, como lavadores de dinheiro. Dizer que lavei dinheiro em uma casa alugada?”, disse durante o pronunciamento.