Domingo, 21 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 14 de novembro de 2020
A Coordenadoria-Geral de Polícia de Repressão a Drogas e Facções Criminosas da Polícia Federal (PF) está investigando o uso do dinheiro do crime organizado no financiamento de candidaturas a vereador em todo o País. A informação é do coordenador-geral do órgão, delegado Elvis Secco.
“Já na Operação Ferrari, em 2013, (ela detectou R$ 100 milhões lavados pela facção), já tínhamos vereadores em cidades pequenas financiados pela facção. Sete anos depois, isso cresceu. A partir de agora vamos catalogar os vereadores eleitos com ligação com o tráfico”, afirmou o delegado.
De acordo com o delegado, o Primeiro Comando da Capital (PCC) já está infiltrado na política. O caso de Arujá, onde o megatraficante Anderson Lacerda Pereira, o Gordo, agiria não é o único. “Temos outras investigações”, contou Secco.
De acordo com ele, o caminho de entrada da facção na política – além de patrocinar candidaturas – seria uma forma de ganhar dinheiro com fraudes em contratos públicos, a exemplo do que acontecera nas coleta de lixo em Arujá e na Saúde do município da Grande São Paulo.
O esquema envolveria as organizações sociais abertas por criminosos como uma espécie de empresas de gaveta para serem usadas pelos bandidos no momento de fechar um contrato com os municípios. “As OSs são abertas por integrantes da facção para fraudar contratos com prefeituras pelo País.”
De acordo com o delegado, só na Operação Ferrari havia 70 empresas de fachada utilizadas pela organização criminosa. “Com o tempo, a facção passou a usar o mesmo esquema de empresas de gaveta para lavar o dinheiro assim como foi feito na Lava Jato”, afirmou.
Segundo ele, doleiros que antes atuavam para lavar dinheiro da corrupção estão lavando do tráfico. “O PCC está com muito dinheiro. Eles são a elite do crime hoje no País”, afirmou o delegado. Gordo continua foragido. Sua defesa nega os crimes.
Drones
Com a finalidade de evitar diversos crimes nas eleições municipais no Entorno do Distrito Federal, a Superintendência Regional de Polícia Federal no DF elabora estratégias de monitoramento da população por meio de drones, a serem usados neste domingo (15). Três pilotos policiais participaram de treinamento no Estádio Nacional Mané Garrincha, credenciados pela Agência Nacional de Aviação Civi (Anac) e pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
O delegado Manoel Vieira, Chefe da Delegacia de Defesa Institucional da Polícia Federal do Distrito Federal, disse que os equipamentos já são usados pela Polícia Federal no dia a dia de investigação. “Teremos ampla de visibilidade nos locais de votação. Com esses equipamentos, conseguiremos monitorar com mais eficácia, alcançando o maior ângulo de cada área. Essa ideia será aplicada em todo o Brasil”, ressaltou.
Segundo ele, ação inibirá os crimes de forma preventiva. “Com a presença dos equipamentos sobrevoando perto, naturalmente, as pessoas têm a tendência de evitar crimes. Dessa forma, evitaremos o transporte irregular de eleitores e boca de urna, por exemplo. Caso alguma pessoa seja flagrada em situações suspeitas, o operador do drone comunicará um policial que estiver mais próximo ao local. A abordagem do suspeito será mais rápida e efetiva”, acrescentou Manoel Vieira.