Quinta-feira, 02 de outubro de 2025
Por Redação O Sul | 13 de maio de 2018
A ex-senadora e ex-ministra Marina Silva, pré-candidata da Rede à Presidência da República, disse que sairá em busca dos eleitores do ex-ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa (PSB), que na semana passada desistiu de concorrer ao Palácio do Planalto. Ela também mira as intenções de voto no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que está preso em Curitiba (PR) e cuja participação no pleito ainda é incerta.
“Para conquistar esse eleitorado, em primeiro lugar devemos respeitar as pessoas”, disse a presidenciável após participar de um culto evangélico em Teresina (PI) ao lado de Irmã Graça Nunes, pré-candidata de seu partido ao governo do Piauí. “Não existem votos da Marina, do Lula, do Ciro Gomes, do Joaquim Barbosa, mas dos cidadãos, que darão seus votos livremente no dia 7 de outubro [data do primeiro turno].”
Marina, que descartou a hipótese de abdicar da disputa para figurar como candidata a vice em alguma chapa nesta eleição, também defendeu a necessidade de mudanças para que os problemas que ela atribuiu a falhas nos governos federais anteriores sejam efetivamente resolvidos: “Não vamos permitir que, agora, nos retirem a única coisa que pode fazer o Brasil andar para frente, que é nossa união”.
“Os governos que passaram por Brasília criaram o problema de 13 milhões de desempregados, criaram o problema de uma saúde e uma segurança que não funcionam. E eles não vão resolver esses problemas. PT, PSDB e PMDB já tiveram as suas chances, agora é o momento de a sociedade brasileira avaliar a situação nacional e fazer uma mudança profunda, porque, como eu disse, quem criou o problema não vai resolver o problema”, finalizou.
Marina Silva, natural do Acre e hoje com 60 anos, concorreu à chefia do Executivo em 2014, quando ficou em terceiro lugar, com 21,3% dos votos, concorrendo pelo PSB, após a morte do cabeça-de-chapa Eduardo Campos em um acidente aéreo naquele mesmo ano. No segundo turno, ela apoiou o candidato Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Rousseff (PT), que venceria o pleito.
Barbosa
Já o diretor-geral do instituto de pesquisas Datafolha, Mauro Paulino, os pré-candidatos ao Palácio do Planalto têm motivos para comemorar a desistência do ministro aposentado do STF Joaquim Barbosa, uma vez que ele tinha potencial de crescimento, podendo retirar votos tanto da direita quanto da esquerda. Ele não descarta que os votos que seriam destinados ao magistrado tenham como destinatário preferencial Marina Silva.
“Com base na divisão dos 10% [de intenções de voto que Barbosa contava antes de “jogar a toalha”], é possível que Marina seja a maior beneficiada”, afirmou. Em entrevista a uma emissora de rádio de São Paulo, ele citou dados da última pesquisa do Datafolha, que mostram Barbosa com 10% das intenções de voto e 17% das citações espontâneas, ao passo que Marina é a mais lembrada dentre os candidatos ao Planalto, com 26%.
Nesse sentido, o polêmico deputado federal e também presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que ocupa o topo das pesquisas nos cenários sem a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, já teria atingido o seu teto de intenções de voto: “Se ele não ampliar um pouco mais o discurso e a forma como aborta as questões, sem ficar muito na segurança pública, acredito que ele não deve passar dessa faixa dos 20%”.