Sexta-feira, 29 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil A procuradora-geral da República defendeu que seja anulado o inquérito aberto pelo Supremo para apurar notícias falsas, ameaças e calúnias contra seus ministros

Compartilhe esta notícia:

Raquel Dodge passou dois anos à frente da Procuradoria-Geral da República. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A procuradora-geral da República, Raquel Dodge, defendeu que seja anulado o inquérito aberto pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para apurar notícias falsas, ameaças e calúnias contra seus ministros. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

Em manifestação enviada à corte na quarta (31), ela pediu que a portaria que instaurou as apurações, assinada pelo ministro Dias Toffoli em março, seja declarada ilegal e inconstitucional.

A manifestação se deu em mandado de segurança apresentado pela ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República), no qual requer liminar para que os efeitos do ato editado por Toffoli sejam suspensos e, no julgamento definitivo, considerados nulos.

Um dos propósitos é evitar que integrantes da categoria sejam alvo de medidas investigativas da corte, que são consideradas ilegais.

A procuradora-geral endossou os argumentos da associação.

Sustentou que o inquérito, da forma como foi instaurado, afronta o sistema penal acusatório instituído pela Constituição de 1988.

Por esse modelo, o órgão responsável pela acusação não pode ser o mesmo que julga. Para abrir um inquérito, o juiz tem de ser acionado pela polícia e o Ministério Público. E cabe a esses órgãos propor as medidas investigativas.

Com base num dispositivo do Regimento Interno do Supremo, Toffoli abriu o inquérito em março, de ofício, ou seja, sem provocação de terceiros. Designou o ministro Alexandre de Moraes para conduzi-lo. O Ministério Público Federal não tem participação ou acesso ao caso.

Entre os supostos ataques que podem estar no foco da apuração, que corre em sigilo, estão manifestações de procuradores da República nas redes sociais.

A procuradora fez críticas duras à iniciativa do Supremo e à possibilidade de seus pares serem investigados no âmbito do inquérito. “A usurpação de competências constitucionais reservadas aos membros do Ministério Público e sua investigação por verdadeiro tribunal de exceção evidenciam as ilegalidades apontadas”, escreveu.

Ela sustentou que a PGR (Procuradoria-Geral da República) vem sendo alijada da condução do caso. “Se o Ministério Público é privado de realizar essa avaliação, ela será feita diretamente pelo magistrado, que, então, atuará como investigador. Tal dinâmica ofende, a um só tempo, o princípio da separação de poderes e o sistema acusatório vigente no país.”

Esta é a segunda vez que Dodge se posiciona contra o chamado inquérito das fake news. Em abril, ela enviou ofício ao Supremo informando que decidira arquivá-lo. A PGR entende que, por ser titular da ação penal —o único órgão com legitimidade para levar adiante uma acusação—, cabe a ela decidir pelo arquivamento ou continuidade de procedimentos como esse.

Na ocasião, Dodge informou que nenhuma prova colhida na investigação seria considerada pela PGR para formar sua opinião sobre os crimes eventualmente apontados.

Moraes, no entanto, discordou da manifestação dela e manteve as apurações em curso.

Na quinta (1º), um dia depois de Dodge enviar seu novo parecer ao Supremo, o ministro determinou que seja enviado ao Supremo todo o material apreendido com suspeitos de invadir contas de celulares de autoridades como o ministro da Justiça, Sérgio Moro, e procuradores da República.

A decisão se deu após o jornal e o site Intercept noticiarem que, em mensagens, o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, incentivou colegas a investigarem o ministro Dias Toffoli, em 2016.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Pela terceira vez, Bolsonaro recebe um cotado a procurador-geral da República que não integra a lista tríplice
Após a revelação de que Manuela D’Ávila foi a ponte entre o hacker e o site The Intercept Brasil, a direção do PCdoB interrompeu os planos para 2020
https://www.osul.com.br/a-procuradora-geral-da-republica-defendeu-que-seja-anulado-o-inquerito-aberto-pelo-supremo-para-apurar-noticias-falsas-ameacas-e-calunias-contra-seus-ministros/ A procuradora-geral da República defendeu que seja anulado o inquérito aberto pelo Supremo para apurar notícias falsas, ameaças e calúnias contra seus ministros 2019-08-04
Deixe seu comentário
Pode te interessar