De acordo com a procuradoria, o ex-presidente teria coordenado por telefone com um líder plantador de coca o bloqueio alimentar e o cerco das capitais durante os conflitos que tomaram o país em 2019, ano de acusações de fraude nas eleições presidenciais.
Os procuradores baseiam a acusação atual em perícias feitas na Colômbia. “As amostras têm uma alta probabilidade de identificar a voz do Sr. Evo Morales Ayma”, segundo o comunicado.
“Não deixe entrar comida nas cidades, vamos bloquear, cerco de verdade”, diz a voz na suposta ligação do ex-presidente ao líder do plantador de coca Faustino Yucra Yarmi.
Cerco contra Evo
É a segunda vez que a instituição judicial solicita a prisão de Evo. Em dezembro, os procuradores pediram a prisão do ex-presidente por sedição e terrorismo nos mesmos casos. Na época, anunciaram que solicitariam sua prisão à Interpol, mas o processo não avançou.
Em fevereiro, o Ministério Público abriu outro processo contra o ex-presidente por suposta fraude eleitoral, mas até agora não houve avanços.
Evo renunciou ao cargo de presidente após 14 anos no cargo e intensos protestos nas ruas pelo o que a OEA chamou de irregularidades nas eleições de outubro de 2019, nas quais tentava um novo mandato até 2025.
Eleições gerais
Inicialmente programadas para 3 de maio e adiadas por causa do coronavírus, as eleições gerais na Bolívia serão em 6 de setembro – anunciou o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Salvador Romero, depois de um acordo entre os partidos.
A Bolívia retornará às eleições após os comícios de 20 de outubro do ano passado, anulados após os violentos protestos da oposição, que denunciou uma fraude a favor do então presidente Evo Morales.
Depois da renúncia de Morales, a senadora de direita Jeanine Áñez assumiu a presidência da Bolívia provisoriamente, mas depois acabou decidindo que será candidata nas próximas eleições.
Romero disse que o TSE trabalhará para criar condições de biossegurança para as eleições. A pandemia já infectou mais de 40.509 pessoas na Bolívia e deixou 1.476 mortos.