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Colunistas A profecia do filme “Os Produtores” – para o Brasil

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O filme “Os Produtores” desenha o estado da arte da política brasileira. (Foto: Reprodução)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Há um filme bem antigo, de Mel Brooks, chamado The Producers. Baita filme. É profético. Vou tentar resumir sem me alongar muito. O personagem é um famoso produtor de teatro, agora ultrapassado, fracassado, que passou a atuar como gigolô para, pegando dinheiro de senhoras ricas, arrecadar dinheiro pra uma peça.

Só que o contador dele viu que ele arrecadou demais e, não só isso, percebeu que a melhor forma de fugir da Receita era que a peça fracassasse. Tinha-se que lavar o dinheiro.

“Como fazer essa peça fracassar?” Bem, vamos fazer algo completamente estúpido, sobre a vida feliz, em casa, de um ditador brutal. Bingo! Springtime for Hitler – Primavera para Hitler.

Uma péssima peça, enredo terrível e patético, atores ruins e um diretor fracassado. Tinha tudo para dar errado, quer dizer, para dar prejuízo e, assim, resolver o problema da lavagem do dinheiro arrecadado a mais. Tinha tudo para ser brincadeira, uma aventura. Mas…. (sigam a leitura).

No filme, os dois sujeitos já estão comemorando o fracasso, quando descobrem que ninguém entendeu nada e a peça foi um sucesso. O cara fala uma frase genial: “Tomei tanto cuidado… escolhi a peça errada, o diretor errado, o elenco errado… onde foi que eu acertei?!”

Genial. Tudo foi feito errado e, ao fim e ao cabo, deu certo. Onde foi que acertei, pergunta o protagonista? O errado deu certo e ao dar certo, dá muito errado.

A ficção sempre chega antes. Assim, é o Brasil. Montou-se um enredo. O fascismo é uma peça com enredo ruim, com protagonistas que negam a história, não refletem sobre a democracia… Tínhamos tudo para a peça dar errado. Mas…

No teatro brasileiro, brincaram, brincaram, a plateia não entendeu nada e a “peça” é um sucesso. Sim. Um sucesso. E cada vez vem mais gente para assistir. Aplausos de pé no final de cada apresentação.

Viva Mel Brooks. O filme “Os Produtores” desenha o estado da arte da política brasileira. Espero que esta coluna não seja tão bem compreendida (sic) quanto a Primavera para Hitler. Para quem não entendeu, peço que mandem cartas para a coluna.

Post scriptum: O Brasil é incrível. Por aqui, um bando de néscios brasileiros discutiu com a embaixada alemã, tentando dizer aos alemães que Hitler era socialista, logo, de esquerda. E que não era fascista. E muitos nega(ra)m o holocausto. Os alemães enlouqueceram com os brasileiros. Poxa, lá na Alemanha as crianças já aprendem desde pequenas o que é fascismo e nazismo. Um bando de reacionários brasileiros não precisa causar vergonha alheia (Fremdschäme) ao restante dos compatriotas. Que mico pagamos aos alemães.

Que coisa. E como discutir com essa gente? Como bem diz um pensador do quilate de um Noam Chomski, já ninguém acredita em fatos. Preferem versões. Fake News. Claro. A terra é plana. Todo mundo sabe disso. Se mostrar uma foto de que a terra é redonda, o sujeito diz: isso é fake. Bingo. Para que mostrar fatos? Ou fotos?

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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