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Brasil A redução do número de idosos em UTIs do Chile é efeito da vacina, diz o presidente do Butantan

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Para Bruno Covas, situação da pandemia ainda não é levada a sério por muita gente. (Foto: Divulgação/Butantan)

Apesar da expressiva escalada do coronavírus registrada nas últimas semanas, a vacinação no Chile já demonstra a eficácia da CoronaVac. Esta é a constatação do hematologista Dimas Covas, presidente do Instituto Butantan – responsável pela produção no Brasil do imunizante desenvolvido pelo laboratório Sinovac, da China.

“Está caindo o número de casos [de internações em UTIs] na faixa etária acima de 70 anos. Isso acontece depois da segunda dose da vacina, que começou a ser aplicada nessas pessoas em março”, explica Dimas Covas.

Em um período de 20 dias, entre 17 de março e 5 de abril, o número de internações em UTIs voltadas para o tratamento da Covid-19 chegou a subir 80,3% na faixa etária entre 40 e 49 anos. A presença de chilenos com menos de 39 anos aumentou 75,6% neste mesmo intervalo nas Unidades de Tratamento Intensivo.

Enquanto a propagação segue em curva crescente em estratos mais jovens da população, um sinal relacionado à efetividade da vacina aparece no número de pacientes internados com Covid-19 em UTIs com mais de 70 anos. Esta foi a única faixa etária a apresentar uma redução no período mencionado: de 20,4%.

“Esta queda importante do número de casos graves em idosos reflete o efeito da vacinação”, avalia Dimas Covas.

Iniciada no final de dezembro, com as aplicações de doses da Pfizer, a campanha de vacinação contra a Covid-19 chilena alcançou nos primeiros três meses 26,5% de seu público-alvo com duas doses de imunizantes (90% feitas com doses da CoronaVac). Se levada em conta apenas a primeira dose, sete milhões de habitantes já foram vacinados – cerca de 47% do público alvo. Crianças e menores de 18 anos não estão previstos no programa de vacinação contra Covid-19. Confira trechos da entrevista a seguir.

1) O Chile já vacinou com pelo menos uma dose da vacina 47% da população prevista. A curva de internados em UTIs começa a cair na faixa etária acima de 70 anos, justamente os que já receberam duas doses da vacina. Como o senhor avalia esses resultados?

Eu tenho acompanhado os dados do Chile e realmente está caindo o número de casos [de internações em UTIs] na faixa etária acima de 70 anos. Isso acontece depois da segunda dose da vacina, que começou a ser aplicada nessa faixa etária em março. E é exatamente isso que se espera: à medida que vai passando o tempo após a segunda dose, o número de casos graves cai. Isso está absolutamente de acordo com o que esperamos num ambiente de vacinação.

2) Na sua avaliação, esse é um efeito exclusivo da vacinação ou de um conjunto de ações, como vacinação e isolamento social?

Essa queda importante no número de casos graves nos idosos reflete exatamente, na minha opinião, o efeito da vacinação. Isso já está sendo observado em outros países que estão com a vacinação avançada.

3) O exemplo do Chile pode ser considerado uma referência para a situação atual do Brasil?

O Chile vive exatamente o que vivemos aqui no Brasil, uma segunda onda explosiva e lá também com a variante P1 [variante do coronavírus brasileira, mais contagiosa e possivelmente mais letal]. Como a vacinação é restrita a determinadas faixas etárias, o impacto será setorial.

A população idosa é relativamente menor em termos populacionais, a ponta da pirâmide. Ao olhar para a curva epidêmica, o que se vê é um efeito não tão pronunciado porque as outras faixas etárias representam a grande maioria da população, uma proporção de casos muito maior. Então, de fato, o correto é analisar por faixa etária.

4) Então o crescimento do número de casos, mesmo com a vacinação em andamento, é um fenômeno esperado?

São coisas diferentes. A vacina, em princípio, é para proteger contra a doença e não contra a infecção. A pessoa vacinada pode ter a infecção, mas uma infecção que não vai causar doença grave. O que é mais relevante é observar o número de casos clinicamente significativos. Mas mesmo o número de casos, por si só, já está diminuindo acentuadamente e isso mostra que a vacinação está cumprindo o seu efeito. É preciso entender que o efeito da vacinação não é imediato.

A vacina leva em torno de 40 dias após a primeira dose para começar a de fato exercer a atividade protetora. Então é natural que a curva [de casos] inicialmente continue crescendo. Depois, vai perdendo velocidade e aí, próximo dos 40 dias, começa a cair.

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