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Saúde A saúde intestinal está diretamente relacionada à saúde global do indivíduo

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Cada vez mais, os estudos apontam a influência da microbiota intestinal no aparecimento das doenças. (Foto: Reprodução)

Como está seu cocô? Essa pergunta parece constrangedora, causa desconforto, rubor nas faces e, às vezes, uma resposta curta e seca, porém, ela é extremamente necessária na avaliação clínica dos pacientes, fornecendo pistas sobre a saúde intestinal e a saúde global do indivíduo.

Desde os anos 80, estuda-se a importância do intestino não apenas como órgão responsável pela absorção de nutrientes. No consultório, usamos a escala de fezes de Bristol, desenvolvida na Universidade de Bristol, na Inglaterra, há mais de 20 anos e reconhecida na prática clínica por ser um instrumento simples de fácil utilização. Apresento ao paciente um quadro com figuras que representam as fezes com descrições sobre a forma e consistência para ajudá-lo a identificar em qual das sete categorias elas se encontram.

Resumidamente, se forem mais separadas e duras, caraterísticas de constipação, indicam falta de fibras na alimentação e na ingestão de água, provocando hemorroidas, fissuras anais. Alongadas e consistentes, o intestino está normal. Se apresentarem pedaços moles, aerados ou ainda aquosa e sem pedaços sólidos, estão associadas a infecções, uso de antibióticos ou podem significar problemas na absorção de nutrientes ou sinal de intolerância a algum tipo de alimento ou mesmo algum tipo de desequilíbrio na flora bacteriana intestinal.

A coloração é outra caraterística que pode dizer muito sobre a saúde. Fezes amarelas apontam para problema de absorção intestinal, como doença celíaca e infecção intestinal. Verdes indicam excesso de estresse, síndrome do intestino irritável ou consumo de vegetais verdes. Suplementação de ferro, úlceras gástricas e varizes esofágicas causam escurecimento das fezes. Já a dificuldade em digerir gorduras ou problemas na vesícula biliar deixam as fezes mais claras. Fezes avermelhadas podem ter relação com hemorroidas, doença de Crohn e infecção intestinal.

O intestino tem um papel fundamental no equilíbrio do corpo. O órgão possui sistema nervoso próprio (por isso, é considerado o segundo cérebro) com milhões de neurônios que produzem vários hormônios como dopamina, noradrenalina, e cerca de 95% de toda a serotonina do organismo é produzida nessa região, o que explica a influência do órgão no comportamento, no humor, na saciedade e, consequentemente, no emagrecimento. Além disso, é fundamental para a defesa do corpo, já que 80% das células do sistema imunológico estão concentradas no intestino.

Como manter, então, a saúde desse órgão vital? É importante saber que ele é colonizado por uma comunidade imensa de microorganismos, especialmente bactérias, que compõem a microbiota intestinal sendo a verdadeira responsável por diversas funções atribuídas ao intestino.

O equilíbrio adequado entre o tipo, quantidade e proporção de bactérias reflete na saúde do indivíduo — isso porque as espécies têm diferentes funções e grandes alterações no seu crescimento, podendo comprometer seu desempenho. Essa alteração é conhecida como disbiose intestinal e pode desencadear alergias, doenças inflamatórias e infecções do trato urinário.

Excesso no consumo de carne vermelha, gordura saturada e carboidrato refinado (principalmente açúcar e farinhas brancas) diminui a diversidade do microbioma, aumentando as chances de desequilíbrio. Em contrapartida, água em quantidade adequada e dieta baseada em alimentos fontes de fibras alimentares e orgânicos, como raízes, tubérculos, vegetais e legumes, frutas e cereais integrais, temperos naturais, com pouco consumo de aditivos alimentares, corantes e conservantes, aliado à atividade física e gerenciamento do estresse são fundamentais para manter o equilíbrio da microbiota intestinal.

Cada vez mais, os estudos apontam a influência da microbiota intestinal no aparecimento das doenças, por isso não devemos apenas prestar atenção ao que se põe no prato, mas também observar o que se deixa no vaso sanitário.

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https://www.osul.com.br/a-saude-intestinal-esta-diretamente-relacionada-a-saude-global-do-individuo/ A saúde intestinal está diretamente relacionada à saúde global do indivíduo 2021-12-09
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