Terça-feira, 19 de março de 2024
Por Redação O Sul | 28 de maio de 2020
Dados da SMS (Secretaria Municipal de Saúde) apontam uma redução média de 18% na imunização infantil de rotina nos primeiros quatro meses deste ano em Porto Alegre. A queda abrange vacinas como a tríplice viral e a meningocócica C, que apresentaram diminuições de 27,3% e 33,4%, respectivamente.
As baixas coberturas vacinais têm sido uma grande preocupação para instituições como Ministério da Saúde, OMS (Organização Mundial da Saúde) e sociedades científicas, situação que se agravou com a pandemia de coronavírus. É o que destaca o pediatra Juarez Cunha, da Diretoria-Geral de Vigilância em Saúde: “Várias doenças que já estavam controladas ou mesmo eliminadas retornaram, como é o caso do sarampo”.
Ainda de acordo com o médico, caso não seja feita a vacinação de rotina, além da Covid-19 haverá outras doenças graves que podem acometer a população. “São males totalmente evitáveis, com vacinas seguras e eficazes oferecidas nos postos pelo SUS [Sistema Único de Saúde]”, ressalta.
Um levantamento do Núcleo de Imunizações comparou o número de doses aplicadas entre janeiro e abril de 2019 e o mesmo período deste ano no que se refere às vacinas BCG, pentavalente, VIP, pneumocócica 10, rotavírus, meningocócica C, tríplice viral e febre amarela, todas direcionadas a crianças de até 1 ano: a única com aumento (8,8%) foi a BCG, cuja aplicação é feita na maternidade.
As instituições de saúde preconizam que a vacinação de rotina seja mantida, além da realização das vacinas durante as campanhas, como é o caso da imunização contra a gripe, conforme explica Juarez Cunha:
“Sabemos que a cobertura contra gripe ainda está baixa para crianças, gestantes e puérperas e precisa ser estimulada, mas não só isso, temos que procurar manter a vacinação de rotina de crianças e gestantes, assim como o próprio pré-natal”.
Estrutura
Os postos e unidades de saúde da capital gaúcha estão preparados para o atendimento desse público, com a separação dos segmentos que chegam para vacinação de outros que buscam o serviço motivados por situações de doença, seguindo orientações e protocolos de distanciamento e higienização preconizados pelo Ministério da Saúde.
“Vivemos em uma cidade que, se comparada a outras, tem uma situação relativamente bem mais tranquila”, ressalta o pediatra da SMS. “Então, temos que ir aos postos de saúde, claro que de forma segura e responsável. O uso de máscara de proteção facial é recomendado para crianças a partir dos 2 anos.”
(Marcello Campos)