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| A triste rotina do presidente da Confederação Brasileira de Futebol que não decide nada na entidade

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O presidente da CBF, Coronel Nunes, antes de amistosos da Seleção contra a Arábia Saudita e Argentina. (Foto: Reprodução)

Dirigentes dos principais clubes brasileiros se sentam à mesa. Na cadeira central daquela reunião, na sede que até há pouco tempo se chamava José Maria Marin, está o coronel Antônio Carlos Nunes de Lima. O vigor dos tempos de comando na Polícia Militar do Pará ficou no passado daquele senhor já octogenário. Hoje no cargo mais importante do futebol brasileiro, costuma ser sucinto nas discussões das quais participa. Abriu o encontro com uma frase protocolar: “Com a bênção de Deus, declaro aberta esta reunião”. As informações são da revista Época.

E nada mais. Nunes foi eleito vice-presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) em dezembro de 2015, aos 77 anos, em uma manobra de Marco Polo Del Nero para evitar que adversários políticos assumissem sua vaga caso fosse afastado por causa das denúncias de recebimento de propina – pelo estatuto da entidade, o vice-presidente mais velho se torna o primeiro na linha de sucessão. O coronel assumiu o gabinete presidencial pela primeira vez em 7 de janeiro de 2016, quando Del Nero pediu licença para se defender das acusações de corrupção. Ficou três meses no cargo. O status de presidente em exercício caiu novamente em seu colo em dezembro de 2017, com o banimento de Del Nero do futebol por determinação da Federação Internacional de Futebol (Fifa), acusado de suborno e corrupção. Ricardo Teixeira e José Maria Marin, os dois antecessores de Del Nero, sofrem das mesmas acusações. Marin está preso nos Estados Unidos e Teixeira não viaja mais com medo de ter o mesmo destino.

O dono da caneta da CBF dá expediente todos os dias úteis na sede na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, onde dirige o ritual nas reuniões de diretoria. Mas não é quem define onde usará sua assinatura. As decisões administrativas da entidade são comandadas pelo diretor executivo de gestão, Rogério Caboclo, presidente eleito – com a bênção de Del Nero – para assumir a CBF em abril de 2019. Ou seja, faltam sete meses para a passagem definitiva do bastão. Nas questões políticas, a missão é do secretário-geral, Walter Feldman, que costumeiramente faz a interface com os clubes.

“O presidente Nunes cumpriu um papel de enorme estabilização da CBF no período difícil que vivemos. É a figura adequada para o momento que a CBF passou e permitiu dar continuidade a todos os programas, planos, diagnósticos, mudanças. Ele participa de tudo, dirige as reuniões de diretoria, é ouvido nas questões importantes, põe assinatura nas decisões, participa conosco diariamente das questões que passam na instituição. Ele tem um perfil que é o ideal”, ponderou Feldman.

A atuação de Caboclo, segundo o presidente da Federação Pernambucana, Evandro Carvalho, ganhou relevância não pela inoperância do Coronel, mas pelo aval de Del Nero.

“A função do presidente da CBF é de representação. Ele vai, mesmo com a idade. Responde às demandas. As ações efetivas de execução de projetos ficam nas áreas específicas, e Rogério coordena isso. O empoderamento do Rogério cresceu com o Marco, não foi com o coronel”, afirmou.

Enquanto a caneta não muda de mãos, a CBF desce a ladeira em ponto morto. Como forma de respeito, quem está no banco do carona – Caboclo e os outros diretores – não pode assumir o controle de forma explícita. Mas eles dão aquela puxadinha no volante – ou no freio de mão, quando o carro está prestes a bater. Cautelosamente arquitetada, a engrenagem interna foi preparada para evitar que presidentes interinos deixem marcas profundas. Como não participa das decisões que fazem a engrenagem da CBF se mover, a rotina do Coronel Nunes envolve assistir TV durante a maior parte do tempo. O dirigente é telespectador assíduo dos programas de discussão futebolística tanto pela manhã quanto pela tarde.

O deputado federal Marcus Vicente (PP-ES), o primeiro a substituir Del Nero na licença em 2015, só durou um mês no cargo porque insinuou mexer na estrutura administrativa sem consentimento da cúpula. “A CBF tem seus departamentos muito bem definidos. Competições, Registro, Marketing, Seleções… Todos os departamentos trabalham de forma profissional e fazendo o que têm de fazer. É como se fossem ministérios”, disse Marco Aurélio Cunha, responsável pelo futebol feminino na CBF.

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