Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de abril de 2021
A União Europeia (UE) chegou a um acordo climático provisório para a redução de pelo menos 55% nas emissões líquidas de gases do efeito estufa até 2030. Além disso, o bloco tem o objetivo de atingir a neutralidade de emissões até 2050.
O acordo foi feito na véspera da reunião de cúpula organizada pelo presidente americano Joe Biden. O acordo ainda precisa da aprovação formal dos Parlamentos e dos governos nacionais.
“Nosso compromisso político de nos tornarmos o primeiro continente neutro para o clima até 2050 agora é também um compromisso legal. A lei climática coloca a UE em um caminho verde por uma geração ”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen.
Se adotado globalmente, o caminho líquido zero até 2050 limitaria os aumentos da temperatura global a 1,5 grau acima dos níveis pré-industriais e evitaria os piores impactos das mudanças climáticas.
“Este é um momento marcante para a UE”, disse o chefe da política climática do bloco, Frans Timmermans, em um comunicado. “O acordo também reforça nossa posição global como líder no enfrentamento da crise climática.”
Metas ambiciosas
A meta de redução das emissões líquidas em toda a UE em pelo menos 55% até 2030, em relação aos níveis de 1990, substitui a meta anterior de redução de pelo menos 40%. Em 2019, as emissões da UE já eram 24% menores do que em 1990.
O Parlamento Europeu defendia queria uma meta maior: 60% até 2030. Já os ambientalistas disseram que o corte deveria ser de 65%.
O objetivo é garantir que a meta seja cumprida cortando as emissões de setores poluentes, em vez de depender da remoção de gás carbônico (CO2) da atmosfera por meio de florestas e pântanos, que absorvem carbono.
Aumento
As emissões globais de CO2 terão o segundo maior aumento da história em 2021, afirmou a Agência Internacional de Energia (AIE) em seu relatório anual sobre energia global, divulgado na última nesta terça-feira (20). O aumento nas emissões será de 1,5 bilhão de toneladas.
Segundo o relatório, o crescimento das emissões será motivado pela recuperação na demanda de carvão, principalmente no setor de energia. O crescimento do carvão neste ano deve ser 60% maior do que o de todas as energias renováveis juntas.
“Esta recuperação econômica é tudo menos sustentável para o nosso clima”, afirmou, em uma publicação na rede social Twitter, o diretor da AIE, Fatih Birol.
“Nosso novo relatório mostra que as tendências globais de emissões de CO2 relacionadas com a energia são terríveis. Se os governos não agirem agora para acelerar a mudança dos combustíveis fósseis para a energia limpa, as coisas vão piorar em 2022”, afirmou.
O diretor lembrou que, nesta quinta (22) e sexta-feira (23) ocorre a “Cúpula dos Líderes sobre o Clima”. A reunião, para a qual o presidente Jair Bolsonaro foi convidado, deverá ter 40 líderes mundiais, marcando a preparação para a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP26 – prevista para acontecer de 1º a 12 de novembro em Glasgow, na Escócia.