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Brasil A vida de luxo do “Doleiro dos Doleiros”, preso nesta quarta

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Dario Messer mantinha uma rede extensa de contatos: celebridades, políticos e jogadores de futebol. (Fotos: Reprodução de internet)

Desde os anos 90, a cobertura de Dario Messer na Avenida Delfim Moreira, no Leblon, o metro quadrado mais caro do Rio de Janeiro e do Brasil, foi palco de festas que misturavam os mundos do samba, do futebol e da política. A última delas, memorável para quem participou, ocorreu no ano passado, meses antes da Operação Câmbio, Desligo, que ordenou sua prisão.

O doleiro abriu o terceiro andar do apartamento para a despedida de solteiro do filho Dan, de 27 anos. A celebração para 80 convidados foi marcada por champanhe Veuve Clicquot e charutos Gurkha Black Dragon, itens costumeiros em seus rega-bofes para a elite carioca.

Estava tudo acertado para o herdeiro também ganhar uma megafesta de casamento, mas a Lava-Jato apareceu no meio do caminho da família Messer. Agora, o imóvel de três andares está bloqueado pelo juiz Marcelo Bretas por fazer parte de uma investigação sobre lavagem de dinheiro. Foragido desde maio de 2018, Messer foi preso na tarde desta quarta-feira (31) no bairro dos Jardins, em São Paulo.

O doleiro está no radar da PF (Polícia Federal) desde os anos 80, quando começou a aparecer como operador de personalidades ligadas ao samba e ao jogo do bicho, como o ex-presidente do Salgueiro Waldemir Garcia, o Miro.

Em 2005, Messer também foi citado na CPI dos Bingos por supostamente auxiliar o PT na lavagem de recursos de campanha. Em 2018, a Operação Câmbio, Desligo mirou uma rede de operadores financeiros responsável por movimentar quantias bilionárias ilegalmente. Muitos doleiros foram presos, mas Messer, considerado o número um da categoria, escapou. Investigadores o apontam como o cérebro de um esquema de lavagem de mais de US$ 1,6 bilhão nos últimos anos.

A força-tarefa da Lava-Jato vinha rastreando toda a lista de contatos do doleiro armazenada na nuvem de sua conta no iCloud. Por meio dela, os investigadores buscaram pistas de seu paradeiro. Eram cerca de 570 números de telefones, distribuídos em 19 páginas virtuais, que permitem um mapeamento das relações profissionais e de amizade do doleiro.

É claro que não há nada de irregular em estar na agenda telefônica eletrônica de um foragido, mas a lista é um bom indicativo da pluralidade de sua teia de relacionamentos: há por ali o nome do ex-jogador Ronaldo Fenômeno, de quem é amigo desde que ele despontava no Cruzeiro aos 15 anos e com quem viajou para Rússia, Israel e África do Sul.

Há também o ex-presidente paraguaio Horacio Cartes, parceiro de negócios de décadas, e seus familiares. A lista contempla ainda do Pastor Everaldo, ex-candidato ao Planalto em 2014 e hoje presidente do PSC, a Jayder Soares, chefão da Grande Rio, escola de samba tradicional da Baixada Fluminense.

Messer por diversas vezes reconheceu seu potencial de homem-bomba. Há três anos, em conversas com interlocutores, o doleiro deixou seu recado: dizia estar cansado de ser “boi de piranha” de políticos e que estava com vontade de “colocar a boca no trombone”.

A lista de bens de Messer inclui quatro imóveis, dois deles residenciais e dois comerciais nos bairros de Ipanema e Leblon. Sua coleção de arte incluía pinturas da autoria de Di Cavalcanti. No material avistado pela Polícia Federal durante a operação de 2018, há até um desenho com uma dedicatória de Di Cavalcanti ao polonês Mordko Messer, já falecido, pai de Dario e apontado como o primeiro doleiro a atuar no Brasil.

Doleiros e amigos do passado afirmaram que Dario Messer não era deslumbrado com sua fortuna (e, justamente por isso, atraía a tantos). “Não existia arrogância, não existia mostrar o que ele tinha financeiramente. Ele era simples e educado, não se sentia superior a ninguém”, disse um frequentador da cobertura da Avenida Delfim Moreira.

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https://www.osul.com.br/a-vida-de-luxo-do-doleiros-dos-doleiros-preso-nesta-quarta/ A vida de luxo do “Doleiro dos Doleiros”, preso nesta quarta 2019-07-31
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