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Por Redação O Sul | 15 de julho de 2015
Um clima de apreensão e pânico tomou conta do Congresso Nacional na manhã de terça-feira, depois dos mandados de busca e apreensão na casa de alguns parlamentares e ex-ministros do governo Dilma Rousseff. Entre eles, os senadores Fernando Collor (PTB-AL), Ciro Nogueira (PP-PI) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE).
A atmosfera de preocupação chegou até mesmo aos gabinetes das presidências da Câmara dos Deputados e do Senado, que tentam avaliar no que se baseou a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki para autorizar as buscas e apreensões.
Em Brasília, a percepção é que a operação da PF (Polícia Federal) colocou definitivamente os políticos no foco da investigação, já que até então a corporação centrava esforços para desvendar o esquema de propina entre a Petrobras e as empreiteiras.
“Para o Teori autorizar um mandado de busca e apreensão, precisa estar muito bem resguardado de provas, o que mostra que as delações já avançaram muito mais do que o esperado inicialmente”, desabafou um senador que é alvo de investigação pelo STF.
Desde cedo, quando estourou a operação, parlamentares procuraram o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). A reação inicial da Casa foi ensaiada pela Polícia Legislativa e pela Advocacia-Geral do Senado, que criticaram a forma como foram realizadas as buscas e apreensões.
Mas a percepção no Congresso é que a ação, denominada Politeia, foi apenas um primeiro movimento no qual deixará a classe política no foco principal do trabalho da Procuradoria-Geral da República a partir de agora. (Gerson Camarotti/AG)