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Mundo “Achei que morreria abraçada aos meus filhos”, diz brasileira sobre a explosão em Beirute

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Brasileira Julia Ibrahim chegou a pensar que prédio estava desabando com o efeito da explosão. (Foto: Reprodução)

Quando a brasileira Julia Ibrahim sentiu o primeiro tremor causado pela explosão no porto de Beirute, no Líbano, pegou os dois filhos menores no colo e correu para o corredor do prédio. O impacto fez com que seu edifício, a 10 minutos de onde aconteceu o incidente, tremesse e todas as janelas quebrassem. Julia, que mora no país há 13 anos, conta que na hora não sabia se o prédio estava caindo ou se estava acontecendo um terremoto.

“Não sabia se era o meu prédio caindo, se ele estava se dividindo em dois ou se era um terremoto. Assim que senti o primeiro tremor, peguei meus filhos e corri para o corredor. Eu gritava sem saber o que estava acontecendo. Meu prédio balançava e as janelas começaram a quebrar. Achei que morreria abraçada aos meus filhos. Vi a morte”, contou ao Globo a brasileira, dona de uma agência de viagens.

Quando a explosão aconteceu, em um armazém no porto, Julia preparava o jantar de noivado de sua filha mais velha, de 21 anos. Havia ao menos 10 pessoas na sala arrumando o evento; o espaço ficou destruído com o impacto.

“Por sorte as pessoas estavam longe da janela, então ninguém se machucou”, conta a brasileira. “Meus vizinhos não deram a mesma sorte: eles ficaram feridos e precisaram correr para algum hospital. O apartamento dos meus sogros, ao lado do meu, ficou inteiramente destruído.”

O impacto da explosão pôde ser sentido em diversos pontos da capital. A cerca de dez quilômetros de distância, no bairro de Jnah, o empresário brasileiro Hassan Baydoun, de 33 anos, estava deitado quando tudo aconteceu.

“Achei que fosse um terremoto, o prédio começou a tremer. Como não parava, corri para pegar a minha irmãzinha de 7 anos na sala. Senti como se o prédio fosse cair”, conta Baydoun, de férias com a família no Líbano. “De repente, veio o barulho de um estrondo e depois ficou tudo calmo.”

Horas depois, ele saiu para ajudar uma tia que teve a casa atingida, e rodou de carro pelas ruas da capital. O que ele viu o deixou em choque.

“Me lembrou o atentado do 11 de Setembro. Muita destruição por toda parte, muito vidro nas ruas. O porto está todo destruído, incluindo as mercadorias.”

Julia explica que nunca tinha passado por uma situação dessas em Beirute.

“Eu só ouvir falar que o Líbano passou por guerras e explosões, hoje eu pude sentir o que eles viveram”, disse. “Quando ouvimos na TV que poderia ser um acidente, e não um atentado, ficamos mais tranquilos.”

Corrida aos mercados

O medo do desabastecimento, agravado pela crise econômica, fez com que as pessoas corressem para os mercados, segundo Baydoun. A notícia que corre, afirma o empresário, é que toneladas de trigo armazenadas no porto foram totalmente destruídas pelo fogo.

” Fui a três ou quatro padarias, mas não consegui comprar pão, já tinha acabado tudo. As pessoas estão com medo. O que aconteceu hoje é maior do que o Líbano consegue enfrentar.”

Autoridades médicas estão aconselhando as pessoas a não saírem de casa, devido aos altos índices de poluição do ar após a explosão. Nos hospitais, segundo Baydoun, médicos também aconselham feridos menos graves a procurarem atendimento em cidades próximas, devido à sobrecarga anterior provocada pela pandemia de coronavírus.

Segundo o Itamaraty, há mais de 20 mil brasileiros vivendo no Líbano. O fluxo de brasileiros para o país árabe é impulsionado pela existência de cerca de 10 milhões de pessoas de origem libanesa no Brasil.

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