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Geral Adulteração e falsificação: boa parte dos brasileiros aceita consumir produtos ilegais

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24% daqueles que consomem bebidas alcoólicas (11,7 milhões) estariam dispostos a adquirir itens ilícitos. (Foto: Reprodução)

Parte dos consumidores brasileiros está propensa ao consumo de produtos ilegais em diversos setores. Em números: 24% daqueles que consomem bebidas alcoólicas (11,7 milhões), 20% dos que utilizam combustíveis (9,7 milhões), 20% dos que compram eletrônicos (3,4 milhões) e 25% dos que adquirem vestuário (9,7 milhões) estariam dispostos a adquirir itens ilícitos.

Essas são algumas constatações do 1º Levantamento Nacional sobre a Demanda por Bens e Serviços Ilícitos, realizado pela Escola de Segurança Multidimensional da Universidade de São Paulo (Esem/USP) em parceria com o Instituto Ipsos. O objetivo do estudo, divulgado ontem, foi medir a propensão ao consumo de produtos ilícitos.

O levantamento foi feito antes do surto de casos de contaminação de bebidas com metanol, que já provocou mortes em três Estados (São Paulo, Pernambuco e Paraná) e reavivou a discussão sobre o mercado de produtos ilícitos.

Para Leandro Piquet, coordenador da Esem, especialista em segurança pública e mercados ilícitos e professor do Instituto de Relações Internacionais da USP, um dos destaques é a propensão de todas as classes. “Nós imaginávamos que o consumidor recorria ao produto ilegal quando não tinha recursos para adquirir o produto legal. Mas essa propensão está presente em todas as classes socioeconômicas”, diz o coordenador da pesquisa.

Um setor que exemplifica essa distribuição é o de eletrônicos: 21% das compras são realizadas em locais de risco, como vendedores informais e redes sociais. “Não há distinções significativas em termos regionais ou socioeconômicos”, diz trecho do relatório.

O comércio de bens ilícitos atrai organizações criminosas que criam cadeias baseadas na falsificação, adulteração, contrabando, sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

“Muitas vezes, o consumidor que adquire não quer se beneficiar. É desconhecimento sobre a cadeia criminosa. Nossa missão é expor que o crime organizado tomou dimensão assustadora”, afirmou Emerson Kapaz, presidente do Instituto Combustível Legal.

No caso das bebidas alcoólicas, 48,7 milhões consomem mensalmente. Destes, 11,7 milhões estariam dispostos a comprar ilegais, o que representa 20% da base de consumidores.

No vestuário, os índices são ainda mais alarmantes e correspondem a 25% de consumidores dispostos a adquirir peças ilegais. Ao todo, são 38,9 milhões que compram roupas mensalmente. Desse total, 9,7 milhões admitiram que comprariam produtos ilegais.

Em alguns mercados, a demanda por bens e produtos ilícitos gera perdas gigantescas para a sociedade e para economia nacionais, como no caso dos cigarros eletrônicos. Mesmo proibidos no País ou sem regulação, dez milhões consomem cigarros eletrônicos e sachês de nicotina.

Este mercado movimenta R$ 7,8 bilhões por ano sem recolhimento de tributos e com recursos que alimentam atividades criminosas. A pesquisa estima que, com a regulamentação, o setor poderia gerar R$ 13,7 bilhões em impostos estaduais e federais.

De acordo com a pesquisa, 23,4 milhões de pessoas declararam ter fumado cigarros convencionais no último trimestre. Ao todo, 10% dos fumantes têm como primeira opção uma marca ilegal de cigarros.

“O regime de proibição, em vez de eliminar os mercados de bens e serviços ilegais, acaba por transferi-los para o crime organizado”, analisa o coordenador da Esem.

O mercado de bens ilícitos é um fenômeno global. Em 2019, o Fórum Econômico Mundial estimou que o comércio ilegal movimenta cerca de US$ 2,2 trilhões por ano na economia do mundo todo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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