Quinta-feira, 25 de setembro de 2025
Por Redação O Sul | 27 de dezembro de 2018
A posse de Jair Bolsonaro contará com a presença do presidente da Bolívia, Evo Morales, e do primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, de acordo com informes oficiais das embaixadas dos dois países. Com isso, já são 14 chefes de Estado (ou seus vices) confirmados no evento da próxima terça-feira.
Morales, que virá com seu ministro de Relações Exteriores, Diego Pary, é o único dos líderes ditos “bolivarianos” da América Latina e um dos dois únicos dirigentes de esquerda que confirmaram participação na cerimônia. O outro é o presidente uruguaio, Tabaré Vázquez. A orientação político-ideológica de ambos contrasta com a decisão do futuro líder brasileiro em cancelado convites que já haviam sido enviados para os governos de Venezuela, Cuba e Nicarágua.
Já o premiê húngaro enquadra-se nos dirigentes ditos “antiglobalistas”, para os quais instituições internacionais buscam interferir indevidamente na soberania dos países. Ele integra um novo eixo ultraconservador que toma forma no Ocidente, incluindo ainda o ministro do Interior da Itália, Matteo Salvini, e os presidentes Donald Trump (Estados Unidos), Milos Zeman (República Checa) e Lech Kaczynski (Polônia).
Conhecido pelo ultranacionalismo e posições contra a imigração, Orbán é uma das principais vozes da extrema direita europeia. Em novembro, o premiê (que define o seu regime como uma “democracia iliberal” de exaltação nacionalista e limitação das liberdades individuais e das instituições de controle do governo), conversou com Bolsonaro ao telefone.
Boa parte desses dirigentes é próxima de uma das principais presenças confirmadas na posse, a do premier israelense, Benjamin Netanyahu. Depois de cogitar ficar no Brasil apenas para se reunir com Bolsonaro hoje no Rio de Janeiro, Bibi, como é conhecido o líder da coalizão mais conservadora que já governou Israel, voltou atrás e anunciou que comparecerá à cerimônia. Portugal não deve enviar o seu premier, o socialista António Costa, mas sim o seu presidente, o conservador Marcelo Rebelo de Sousa.
O Ministério brasileiro das Relações Exteriores não confirma a lista de convidados internacionais presentes, mas fontes ligadas à equipe de transição indicam que chefes de Estado ou de governo de Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai, Israel, Portugal, Honduras, Suriname, Cabo Verde e Marrocos são aguardados em Brasíla no dia 1º de janeiro.
O mesmo vale para o secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, e do chanceler argentino Jorge Faurie, bem como de seu colega polonês Jacek Czaputowicz. Já os governos de Itália, Reino Unido, Rússia e Coreia do Sul, dentre outros, devem enviar membros de primeiro escalão para representar os seus lídres.
Menor participação
O número de altos dirigentes que virá à posse de Bolsonaro é o menor desde 2007, quando os convites foram dirigidos apenas a embaixadores, pois Luiz Inácio Lula da Silva disse querer economizar e celebrar “junto ao povo”, o que fez com que um tradicional jantar no Palácio Itamaraty na noite do dia 1º fosse cancelado.
Em 2015, na posse do segundo mandato de Dilma Roussef, 22 presidentes, primeiros-ministros ou vice-presidentes estiveram presentes. Em 2011, 47 líderes estrangeiros, incluindo 23 chefes de Estado, assistiram à posse da petista para a sua primeira gestão. Em 2003, na posse do primeiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, 160 chefes de Estado foram convidados e 18 compareceram.