Por Redação O Sul | 3 de junho de 2025
Após a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) deixar o Brasil, o advogado Daniel Bialski anunciou sua renúncia à defesa da parlamentar. Em nota, Bialski afirmou que a decisão foi motivada por “razões de foro íntimo”.
“Fui apenas comunicado pela deputada de que estaria fora do Brasil para dar continuidade a um tratamento de saúde. Todavia, por motivo de foro íntimo, estou deixando a defesa da deputada, como já lhe comuniquei. Agora, detalhes sobre ela devem ser requisitados à Karina, assessora da deputada”, declarou o advogado.
A renúncia foi anunciada cerca de duas horas após uma entrevista de Zambelli à Rádio Auriverde, nessa terça-feira (3). Na conversa, a parlamentar confirmou que está fora do País há alguns dias e justificou a viagem como uma busca por tratamento médico. Ela afirmou ainda que pretende solicitar licença do mandato.
“Vim, a princípio, buscar um tratamento médico e agora vou pedir afastamento do cargo. Pretendo me estabelecer na Europa, onde tenho cidadania. Estou muito tranquila quanto a isso “, disse Zambelli.
Na entrevista, a deputada afirmou que pretende circular por países europeus e se reunir com autoridades internacionais para denunciar o que considera distorções na realidade brasileira. Zambelli também demonstrou preocupação com a possibilidade de perder acesso às redes sociais e pediu que seus seguidores acompanhem os perfis de sua mãe, Rita Zambelli, que pretende disputar as eleições de 2026. Segundo a parlamentar, ela está tentando transferir suas contas digitais para a mãe.
“Me cansei de ficar calada, de não atender meu público. Nosso país não tem espaço para quem quer falar tanto quanto eu. Renascendo fora do Brasil”, afirmou.
A saída do Brasil ocorreu antes da conclusão do julgamento dos recursos contra sua condenação, que pode resultar na perda do mandato e em eventual prisão. Zambelli foi condenada por envolvimento na inserção de documentos falsos no sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em ação conjunta com o hacker Walter Delgatti. Entre os arquivos está um falso mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes, redigido como se fosse assinado pelo próprio magistrado e incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão.
Sua última aparição pública no Brasil foi em uma entrevista coletiva em São Paulo, na qual criticou a decisão judicial.
Atualmente afastada do ex-presidente Jair Bolsonaro, Zambelli afirmou que sua relação com ele foi “envenenada” pelo ex-advogado Fábio Wajngarten, a quem responsabiliza por atribuir a ela parte da culpa pela derrota nas eleições de 2022. Wajngarten foi recentemente demitido a pedido da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro. (Com informações do jornal O Globo)
