Sexta-feira, 26 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 11 de outubro de 2019
Um painel internacional de autoridades de segurança de voo criticou, nesta sexta-feira (11), a agência norte-americana de aviação (FAA, na sigla em inglês) por ter aprovado o sistema de segurança da aeronave 737 MAX, da Boeing, que está ligado a dois acidentes que, em conjunto, mataram 346 pessoas.
O primeiro acidente foi no dia 10 de março, na Etiópia, quando 157 pessoas morreram. Cinco meses depois, na Indonésia, um outro 737 MAX caiu, e 189 faleceram. Desde então, os aviões deste modelo pararam de voar.
Empresas aéreas dos Estados Unidos, como a Southwest Airlines e a American Airlines, pressionam para que as aeronaves possam voltar a ser usadas até janeiro.
Agências de aviação no mundo inteiro estudam mudanças em softwares e revisões de treinamento por parte da Boeing para que o modelo seja liberado.
Painel quer que agência certifique segurança de aeronaves
A própria FAA, a agência de aviação dos Estados Unidos, convocou a revisão de seus procedimentos por uma união de autoridades técnicas de sua decisão sobre o sistema em abril deste ano, para examinar as suas falhas e aprovação do sistema do 737 MAX, o MCAS.
“A equipe de revisão concluiu que o MCAS não foi avaliado como uma função completa e integrada nos documentos de certificação que foram submetidos à FAA”, de acordo com a recomendação do painel.
“A falta de um desenvolvimento unificado e uma avaliação da função do sistema e suas análises de segurança, combinados com uma documentação extensa e fragmentada, tornou difícil concluir se as regras foram plenamente demonstradas.”
A FAA terceiriza uma parte significativa do processo de certificação para a própria fabricante como a Boeing. Isso precisa mudar para garantir uma observação melhor de segurança, de acordo com o painel de especialistas que escreveu o relatório.
Autorização no escuro
A agência tinha conhecimento inadequado do funcionamento do MCAS, que, resultou na incapacidade de emitir um parecer independente da adequação da proposta de certificação da Boeing, de acordo com o relatório.
O texto também questiona a falta de membros na equipe para vistoriar as tarefas de certificação que foram passadas à Boeing.
Havia sinais de que os empregados da Boeing que conduziam o trabalho para a FAA estavam sob pressão, o que pode ser atribuído à confusão de prioridades e a um ambiente que não poderia ser responsável pelas exigências da FAA.